Cerca de 32% do custo do ovo de Páscoa é referente a tributos repassados ao preço final pago pelo consumidor. E não para por aí, do bacalhau ao vinho da ceia desta Páscoa, os impostos variam de 18% a 54%, respectivamente. Os dados são da consultoria do BDO, considerada a quinta maior empresa de auditoria e consultoria no Brasil.
Os percentuais acima citados, segundo a consultoria, incluem a cobrança de Imposto sobre os Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), do Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para ao Programa de Financiamento de Seguridade Social (Cofins).
A falta de transparência desses valores embutidos no preço final dos produtos, explica Kim Augusto Zanoni, advogado especialista na área tributária, leva o consumidor a fazer vista grossa ou simplesmente desconhecer, o peso que o nosso sistema tributário representa ao seu bolso. Segundo ele, a carga tributária do Brasil atinge aproximadamente 38% das rendas de cada cidadão.
“É realmente frustrante quando comparamos nossa realidade à de outros países, a exemplo dos Estados Unidos, que com cargas menores (26%), conseguem entregar educação, saúde e infraestrutura de qualidade para seus cidadãos. O momento atual é também propício para reabrir as discussões em torno da reforma tributária e da eficiência na aplicação dos recursos públicos”, conclui.