Os tons de vermelho aos poucos vão aparecendo. A cor é tão vibrante quanto à energia dos religiosos e festeiros. A tradição estampada nos rostos de crianças e idosos. Um encontro de gerações. Pelos cantos da cidade cada família explica aos seus, um pouco da história.
Nada mais justo, afinal, cada camboriuense traz em sua memória um aspecto marcante da Festa do Divino Espírito Santo. A celebração faz parte da cultura da população, que tem como influência, também, os portugueses, além de ser um evento fixo no calendário da cidade.
A festa teve início há muito tempo atrás. No século 14, em Portugal, o festejo se popularizou. A celebração foi estabelecida pela rainha Isabel, que ofereceu ao Espírito Santo sua coroa se a paz reinasse em Alenquer. Afinal, há muito tempo seu marido, Rei Diniz, travava uma guerra civil com seu filho bastardo, que queria tomar a coroa real.
A canonizada Santa Isabel, construiu uma igreja em honra ao Divino Espírito Santo, pela graça alcançada e como desejava que o Rei fosse mais humilde e justo, pediu autorização para que no dia da inauguração da igreja pudesse coroar o primeiro mendigo que encontrasse. Essa atitude trouxe a tradição de vestir, durante os dias de celebração, um casal de crianças como Imperador e Imperatriz. Antigamente, durante a festividade era distribuído alimento aos servos e os coroados tinham o direito de libertar os presos, como forma de espalhar a paz pelo reino. A festa chegou até a Ilha dos Açores e assim veio para o Brasil.
Em Camboriú, os festejos são realizados há muitos anos e assemelha-se a celebração instituída em Portugal. Há novenas, cortejo, coroação do Imperador e distribuição de pães. Pelo quarto ano após as novenas de preparação acontece as quermesses. Cada dia, um grupo de movimentos ou pastorais são responsáveis em servir algum prato à população e assim toda a comunidade já entra no clima de união e fraternidade.
No sábado, dia 14, a festa do Divino Espírito Santo começa oficialmente. A missa será no Ginásio de Esportes, às 19h30min, e marcará o encerramento da novena de Pentecostes, após a celebração terá início no Salão Paroquial Cristo Rei os Festejos Populares, onde haverá completo serviço de bar e cozinha, oferecendo os já tradicionais pratos: churrasco, tortéi, frango, maionese e salada.
No domingo, às 10h, será realizada a tão esperada coroação e benção dos pães, que serão distribuídos aos religiosos. Já a segunda-feira, dia 16, é dedicada ao encerramento da festividade, a escolha dos Imperadores do próximo ano e ao início da Oitava do Divino Espírito Santo. Além disso, este dia é marcado pelo feriado municipal em Camboriú. A oitava do Divino refere-se à liturgia da igreja, que continua a celebrar o Espírito Santo pelos próximos oito dias após a festa.