Avança na cidade catarinense de Joinville o inquérito civil aberto pelo Ministério Público Federal contra a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais). Apura-se a suspeita de uso ilegal de um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal equipado para operar como unidade móvel de saúde. Descobriu-se que, durante três dias em que o helicóptero esteve a serviço de Ideli, registraram-se 52 acidentes nas estradas catarinenses. Houve 73 feridos. Morreram duas pessoas.
Veiculados em notícia do repórter João Valadares, os dados são oficiais. Foram fornecidos pela própria Polícia Rodoviária Federal, cujas unidades produzem um Relatório Operacional Diário (ROD). A papelada foi requisitada por três procuradores da República: Davy Lincoln Rocha, Mário Sérgio Ghannagé Barbosa e Rodrigo Joaquim Lima. Eles abriram o inquérito contra Ideli há 28 dias. Cogitam processá-la por improbidade administrativa.
Prefixo PT-YZJ, modelo Bell 407, o helicóptero carrega maca, tubos de oxigênio e equipamentos de primeiros socorros. Quando a aeronave é colocada à disposição de Ideli, esses equipamentos são retirados do seu interior. Foi o que sucedeu, por exemplo, em 25 de janeiro de 2013.
Nesse dia, Ideli voou até a cidade catarinense de Laguna. Foi testemunhar a assinatura de uma ordem de serviço para a construção de um túnel. Dali, seguiu para o município de Timbé do Sul. Tomou parte do anúncio do edital de licitação de obras viárias. Nenhum desses empreendimentos tem relação com as atividades da pasta de Ideli, que cuida do balcão. Durante todo o dia, o helicóptero não foi usado em operações de resgate.
(por Josias de Souza)