O cansaço e a correria do dia-a-dia são obstáculos que não param a diarista-atleta, de 30 anos, Jocélia Melek. Ela é aluna da escolinha de atletismo da Fundação Municipal de Esportes (FMEBC) e se divide entre a profissão e a corrida, uma paixão descoberta recentemente. A dedicação empenhada ao esporte trouxe frutos jamais imaginados por ela.
No último domingo (14), Jocélia foi campeã da prova de 5 km, na 2ª Meia Maratona de Itajaí, realizada em homenagem ao aniversário de 155 anos da cidade. “É uma sensação maravilhosa”, conta a atleta com alegria.
A inspiração e motivação para corrida vieram do marido, Joabe Nogueira da Silva, que sempre foi apaixonado por esportes e tentou, de todas as formas, inseri-la neste mundo. “Ele me levou para o vôlei e futebol, mas eu não gostei, foi então que começamos a correr”, conta. A primeira prova da qual participou, em Penha (SC), foi uma surpresa do marido, que a inscreveu sem que ela soubesse. A pressão e o frio na barriga do susto fizeram bem à atleta, que conquistou o terceiro lugar na prova de 5km.
Daí em diante, a corrida virou rotina. “Às vezes eu chego muito cansada do trabalho, mas ainda assim tenho vontade de correr, coloco minha bermuda e minha camiseta e vou”, revela. Jocélia também conquistou o primeiro lugar na Corrida dos Advogados, em Itajaí, na prova de 7 km.
Moradora de Navegantes, Jocélia frequenta há pouco mais de um mês a escolinha de atletismo da FMEBC. Aluna da professora Daiana Gamboa, elas se conheceram do jeito mais provável possível: em uma prova de corrida.
Percebendo o talento que a diarista tem para o esporte, a professora a convidou para treinar na escolinha. “Eu conversei com ela e descobri que ela não tinha um treinamento profissional, que só o marido a acompanhava, então propus para ela participar da escolinha, que é gratuita, e desta forma, ela também poderia representar Balneário Camboriú nas competições”, completa.
Sem hesitar, Jocélia aceitou o convite e está empolgada com a nova fase. “Vou aproveitar ao máximo essa oportunidade. Lá na escolinha eu tenho acompanhamento de profissionais, pessoas que realmente são da área. Se eu faço algo errado, eles me corrigem, não passam a mão na minha cabeça, não. Eles não fogem da realidade e isso me faz melhorar”, conta.
A corrida mudou até mesmo o estilo de vida da atleta, que antes se via como uma pessoa introvertida e mal-humorada. “Eu chegava aos lugares e não interagia, não conversava com ninguém, e a corrida me transformou até nisso.