Mesmo depois de várias ações de conscientização e mobilizações envolvendo a comunidade desde o ano passado, segue alto o número de focos do mosquito Aedes aegypti em Itajaí. Dados do mais recente balanço do Programa de Combate à Dengue, nesta quarta-feira (27), apontam que a cidade soma 221 locais com larvas do vetor que transmite a dengue, a febre chikungunya e o zika vírus. O levantamento também apresenta o total de pessoas com a confirmação de dengue em 17 semanas epidemiológicas do ano. São 53 casos, sendo 36 autóctones (contraídos dentro do município) e 17 importados (quando a pessoa chega à cidade já manifestando os sintomas da doença).

A grande maioria dos focos está localizada nas regiões já infestadas desde o ano passado – Barra do Rio (27), Centro (33), São João (24), São Vicente (28), Fazenda (28), São Judas (06), Cidade Nova (05), Vila Operária (02), Cordeiros (02). Mas também há registro de focos em outras localidades: Praia Brava (19), Salseiros (20), Dom Bosco (21), Ressacada (02), Itaipava (01), Espinheiros (02) e Cabeçudas (01).

Os números preocupam o secretário de Saúde, Osvaldo Gern. “Não tivemos uma nova epidemia de dengue na cidade porque não houve a introdução de outro tipo de vírus e as pessoas que tiveram a dengue tipo 1 no ano passado estão imunes; mas como o número de focos ainda é bastante alto, e as temperaturas permaneceram altas até agora apesar do fim do verão, temos que seguir alertando a comunidade para não relaxar e insistir na eliminação dos possíveis criadouros, a única forma eficiente de combater a proliferação dos mosquitos”, ressalta Osvaldo Gern.

Armadilhas

A verificação dos focos positivos no município, aliás, está sendo feita novamente por armadilhas. Por orientação da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde, 267 novas armadilhas foram instaladas durante este mês de abril, com a seguinte divisão: Barra do Rio (10), Cabeçudas (05), Canhanduba (03), Centro (23), Cidade Nova (17), Cordeiros (34), Dom Bosco (19), Espinheiros (10), Fazenda (23), Itaipava (14), Praia Brava (14), Ressacada (08), Salseiros (43), São João (17), São Judas (04), São Vicente (22), Vila Operária (01).

E as armadilhas confirmam a incidência e o crescimento de focos. “Apenas em um dia, por exemplo, tivemos a confirmação de 24 focos positivos e isso se justifica pelo fato de ainda haverem locais geradores nas localidades analisadas”, sentencia Lúcio Vieira, coordenador do Programa de Combate à Dengue. É esperado um aumento no número de focos em Cordeiros, último bairro a ter as armadilhas instaladas, a partir da próxima semana.

Lúcio explica que a armadilha se constitui numa ferramenta para identificação de focos do mosquito e monitoramento de sua área de abrangência, que é de 300 metros. “Durante a epidemia, no ano passado, as armadilhas não tinham mais eficácia pois os bairros estavam totalmente infestados, então elas foram desativadas. Agora, com a redução de casos, mas ainda com o registro de focos, os equipamentos foram reativados e passarão a nos dar, semanalmente, um panorama de cada região da cidade”, argumenta.

Além disso, Lúcio ressalta que, independente das armadilhas, seguem normais as ações dos agentes de combate a endemias nos ciclos bimestrais de tratamento, conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde. “Todas as atividades desenvolvidas objetivam diminuir a existência do vetor para que, desta forma, haja menor possibilidade de que pessoas sejam infectadas”, conclui.

Casos

O novo balanço da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Itajaí, além de atualizar as informações sobre os focos do Aedes aegypti, também traça o panorama atual da dengue no município. Desde o início de janeiro até esta quarta-feira (27), chegam a 53 os casos registrados da doença, sendo 36 contraídos na cidade (autóctones) e 17importados, quando a pessoa já chega à cidade com a doença manifestada.

Um dado que chama a atenção da Diretora de Vigilância Epidemiológica, enfermeira Rachel Marchetti, é o registro de nove casos de dengue nas últimas três semanas no Centro. Todos em uma região compreendida as ruas Alexandre Fleming, Luís Berlim e José Paulo da Silva e as avenidas Joca Brandão e Marcos Konder. (Nas imagens de apoio, um mapa aponta a localização dos casos).

“Por isso, alertamos os moradores de toda a cidade, mas especialmente deste perímetro do Centro, para que revisem seus imóveis residenciais ou comerciais em busca de locais que acumulem água parada e assim possam servir de criadouro para o Aedes aegypti, desde pratos de vaso de planta e garrafas até lajes e calhas. O combate aos focos para prevenir a dengue e as demais doenças transmitidas pelo mosquito precisa ser adotado como uma rotina de todos, permamentemente”, reforça Rachel Marchetti.