Em breve, o Município de Balneário Camboriú lançará um termo de referência para contratação de estudos que possam subsidiar ações com relação aos Briozoários e Diatomáceas, espécies exóticas, que nos últimos anos, estão mais frequentes na Orla da praia Central. Nesta quarta-feira (05), foi registrado novamente o aparecimento das macroalgas na praia.
Entre as ações que serão executadas pelo Município estão o monitoramento da avifauna, de microrganismos, dos cetáceos, da dispersão da pluma de sedimentos, da pesca artesanal, do clima de ondas e da dinâmica praial e levantamento arqueológico subaquático. “Esse conjunto atende as condicionantes da Licença Ambiental que o Instituto do Meio Ambiente (IMA) emitiu para a Alimentação Artificial da Praia Central, mas mais do que isso, nos respalda para garantir o monitoramento da praia, posterior a intervenção”, explicou a diretora de Desenvolvimento Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, Maria Heloísa Furtado Lenzi.
Os pesquisadores ainda não sabem de onde as algas estão vindo, mas informam que elas não são prejudiciais aos banhistas. A ocorrência desta quarta-feira é semelhante às últimas registradas no Pontal Norte e Barra Sul. Foi identificada a presença de Bryopsis sp., um gênero diferente do que tinha ocorrido nos meses anteriores deste ano. Este gênero ocorre normalmente em água salobra com elevado grau de trofia e possui uma cor verde escura, o que por consequência intensificou a coloração da mancha. No Pontal Norte havia também a microalga Amphitetras antideluviana, bentônica, que já ocorre normalmente e estava em maior densidade.
Estudos ambientais
Desde o começo de 2018, o Município e duas instituições de ensino realizam estudos para tentar localizar colônias de diatomáceas e briozoários, organismos marinhos que aparecem na Praia Central de Balneário Camboriú. Iniciado em janeiro, o estudo para localizar os organismos exóticos é desenvolvido em parceria entre a SEMAM, Univali e Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Com ajuda da Empresa Ambiental é feito o monitoramento diário das arribadas na praia. Além disso, já ocorreram atividades para identificar onde estão fixados os organismos marinhos, com uso de embarcação e do equipamento Trenó Oceanográfico de Reboque (TOR), que faz filmagens do fundo do mar. Mergulhadores também auxiliam.
Até o momento, os pesquisadores não localizaram as colônias de diatomáceas e briozoários no fundo do mar. Quando surgem na praia, os organismos estão desprendidos das colônias e mortos. As arribadas de diatomáceas e briozoários foram vistas pela primeira vez em Balneário Camboriú em 2004.