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Técnica que utiliza materiais naturais é usada para recuperar área do Parque Raimundo Malta

A intenção é conter o processo de erosão e aumentar a biodiversidade em uma área de 25 metros quadrados, na margem do Rio Camboriú

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Técnica que utiliza materiais naturais é usada para recuperar área do Parque Raimundo Malta
Divulgação

Por meio de uma técnica que utiliza materiais naturais, uma área localizada no Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez Malta está sendo recuperada.

O trabalho é um estudo de caso que faz parte da dissertação de mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental, da Univali, do biólogo analista ambiental Rodrigo Meinert. A intenção é conter o processo de erosão e aumentar a biodiversidade em uma área de 25 metros quadrados, na margem do Rio Camboriú, com a aplicação da Bioengenharia (ou Engenharia Natural). No estudo de caso do mestrando, foram usadas plantas exóticas do Parque (os bambus existentes em abundância na margem do Rio Camboriú) e introduzidas estaquias de hibiscos (algodoeiro-da-praia) e mudas de samambaia-do-mangue, ambas nativas e também presentes no Parque.

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A Bioengenharia mescla técnicas da engenharia civil com técnicas naturais. Conforme Meinert, a Bioengenharia utiliza matéria-prima da natureza, que pode ser vegetação viva ou morta ou material inerte, como pedra. “Essa técnica é legal para recuperar áreas degradadas. Utilizei bambu para construir estruturas físicas, as paliçadas (conjunto de estacas fincadas vertical e horizontalmente no terreno, ligadas entre si, de modo a formarem uma estrutura firme), com o objetivo de conter a erosão. Em conjunto, foram plantadas as estaquias de hibiscos e as mudas de samambaia-do-mangue. As espécies deverão segurar o barranco do rio. A vegetação nativa vai melhorando a qualidade do solo para que ocorra a regeneração natural”, explica Meinert.

O mestrando aproveitou os bambus também para fazer uma cerca na área do estudo, a qual deverá diminuir os impactos no barranco das ondas provocadas pelas embarcações que passam no trecho (uma das causas da erosão). Em um processo convencional, seriam empregadas, por exemplo, telas com rochas para conter a erosão. A técnica natural diminui os impactos ambientais negativos, pois os materiais irão se decompor, se incorporar ao solo e facilitar o estabelecimento de novas espécies.

Intenção é repassar a técnica para outras áreas da cidade

O projeto “Uso de Engenharia Natural na Recuperação de Áreas Degradadas: Estudo de Caso no Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez Malta” começou a ser executado em novembro de 2018, após sugestão da professora doutora Rosemeri Marenzi, orientadora do trabalho. O plantio da vegetação nativa foi encerrado na semana passada. Até dezembro de 2019, Meinert vai monitorar a área para observar o crescimento das espécies, o processo erosivo e a durabilidade do bambu como material natural.

“O diferencial do projeto é o uso das espécies presentes no próprio Parque, não foi preciso comprá-las”, explica o biólogo. Posteriormente, o objetivo é repassar essa técnica para os produtores rurais implantarem em suas áreas.

No Plano de Manejo do Parque Raimundo Malta, elaborado pelo Laboratório de Conservação e Gestão Costeira da Univali, com a participação do Conselho Gestor do Parque, e concluído em junho de 2018, estão previstas a recuperação de áreas degradadas (ou em processo de degradação) e a retirada de espécies exóticas do local.

O secretário do Meio Ambiente, Ike Gevaerd, ressalta a importância de o estudo ser estendido a outros lugares. “Apesar desta técnica ser aplicada em uma área pequena, servirá para observarmos se esse tipo de recuperação poderá ser aplicada em outras áreas no Rio Camboriú”, comenta o secretário.

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