Desde domingo (9) não se fala em outra coisa a não ser o vazamento de áudios do então juiz Sergio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato para promover resultados político-eleitorais no Brasil através da atuação da Justiça.
Uma série de mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil mostram que atual Ministro da Justiça e Segurança Pública orientou ações do Ministério Público Federal no âmbito da Lava Jato enquanto ele era o juiz responsável pelos processos relativos à operação.
Os diálogos do ex-juiz com o procurador Deltan Dallagnol no aplicativo Telegram foram obtidos, segundo o site, por uma fonte anônima que compartilhou o material e há quem diga que já é motivo de temor no congresso possíveis vazamentos futuros. Os dois, tanto Moro quanto Dallagnol, negam qualquer irregularidade nas conversas.
O personagem de “juiz imparcial” agora fica difícil de se ser defendido por parte do atual ministro da Justiça e Segurança Pública, que ao ser exposto com o conteúdo apresentado, revela no mínimo uma atuação pouco republicana sob o caso Lula.
O aplicativo de mensagens Telegram, utilizado nas conversas vazadas, afirmou hoje que não há evidências de que seu sistema tenha sido hackeado ao comentar o caso.
Agora, se o aplicativo não foi invadido, de que jeito ficamos sabendo das conversas do ex-juiz paranaense que jurava ser imparcial em um dos maiores julgamentos que a política brasileira presenciou?
Ainda há uma série de possibilidades para serem exploradas sobre como os áudios pararam na mão do “The Intercept Brasil”, citadas neste excelente artigo da Revista Exame.
Mesmo que o bonde ainda esteja andando, o caso já desperta a reflexão para o brasileiro que acredita cegamente na segurança da internet e dos dispositivos móveis: não existe nada na tecnologia que seja 100% seguro. Até mesmo se você for Sergio Moro.
Cuidado, cidadãos de bem!
por Lucas Machado
jornalista
DRT 0006544/SC