O prefeito de Balneário Camboriú decretou Estado de Vulnerabilidade Temporária para poder atender os 1,7 mil chilenos que permanecem sem hotéis e sem poder retornar ao país devido ao terremoto deste sábado. Edson Dias utilizou um dispositivo da lei orgânica do município que permite o atendimento emergencial aos visitantes, que chegaram ao País em 14 vôos fretados por companhias de turismo e precisaram deixar os hotéis na tarde deste domingo.
“Não podemos deixar essas pessoas desabrigadas, sem hotel e sem alimentação. Muitas vieram com o dinheiro contado para apenas os dias do pacote turísticos”, afirmou o prefeito. “O poder público tem essa obrigação e no mesmo momento que fomos informados do problema já colocamos a nossa equipe para trabalhar, criando um comitê de crise e buscamos uma solução com o governador”.
O governo catarinense também deverá auxiliar os turistas, que se aglomeraram na porta de hotéis à espera de um quarto depois do vencimento dos pacotes. Técnicos da Defesa Civil estadual chegaram à cidade para tentar auxiliar a encontrar leitos para centenas de visitantes e restaurantes para providenciar alimentação. “Estamos buscando o apoio dos hotéis e restaurantes para que nenhum desses turistas fique desamparado”, disse Edson.
Em apenas um dos hotéis estão hospedados cerca de 500 chilenos. Vários permaneceram horas na portaria durante à tarde na espera por uma solução. Javier Gusman e Ester Suaço, moradores da região de Concepción, chamaram a atenção por conseguirem falar com os filhos após dois dias de ansiedade.
Eles deveriam ter retornado para o Chile ainda no sábado e estavam sem notícias sobre a família. Conseguiram o contato diante das câmeras e emocionados, pediram para que os dois filhos “não se separassem”. “Eles estão bem, apenas a casa sofreu alguns danos”, disse Gusman. “Queremos voltar o quanto antes”.
O chileno Victor Alvarez, da cidade de Los Angeles, localizada também na região de Concepción, é um dos mais apavorados. Há dois dias sem notícias de familiares, acompanha o que ocorre em seu país apenas pela televisão. “Estou preocupado com meus familiares pois até agora não obtive nenhum contato, nenhuma notícia”, afirmou.
Além dos vôos fretados em Balneário Camboriú, pelo menos mil turistas argentinos permanecem sem ter como deixar Florianópolis. Doze embarques para o Chile foram cancelados no aeroporto internacional Hercílio Luz neste final de semana.
Tragédia no Chile
Centenas de pessoas morreram após o terremoto de 8,8 graus na escala Richter registrado na madrugada de sábado (27) no Chile. A contagem de corpos passa de 700, e o número de afetados chega a 2 milhões, segundo o governo. A presidente Michelle Bachelet declarou “estado de catástrofe” no país.
O tremor teve epicentro no mar, a 59,4 km de profundidade, na região de Maule, no centro do país e a 300 km ao sul da capital, Santiago. Por isso, foi enviado um alerta de tsunami ao chile, Peru e Equador. Segundo fontes oficiais, o terremoto aconteceu às 3h26 pelo horário local (mesmo horário em Brasília). O número de vítimas mortais e de feridos pode aumentar.
Efeitos do estrago
Os danos materiais do terremoto ainda estão sendo avaliados. O muro de uma prisão veio abaixo com o abalo sísmico, o que causou a fuga de mais de 200 detentos na cidade de Chillán, a 401 quilômetros de Santiago. O aeroporto internacional de Santiago chegou a ser fechado devido a alguns danos em suas instalações, e várias pontes ficaram danificadas. A luz e o serviço de telecomunicações estão cortadas na região metropolitana e em Valparaíso foram registrados danos internos em edifícios. Os bombeiros correm as ruas de Santiago com megafones dando instruções à população.
Em alguns lugares, falta água potável. Pelo menos três hospitais na capital desabaram e na cidade de Concepción, cerca de 400 km ao sul de Santiago, o edifício do governo local desmoronou e pacientes estavam sendo transferidos dos hospitais, segundo rádios chilenas.
Mais forte que no Haiti
O movimento sísmico, muito mais poderoso que o mortífero terremoto que devastou o Haiti em janeiro, também causou pânico no popular balneário de Viña del Mar. De manhã, policiais e bombeiros percorriam as ruas em distintas cidades do país para verificar a magnitude dos danos e socorrer vítimas.
O terremoto ocorreu poucos dias antes de completar 25 anos do sismo que causou centenas de vítimas e destruiu várias localidades no litoral central do Chile, em 3 de março de 1985.
Fonte: Terra
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