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Reportagem revela sobrepreço de 420% em aquisição de helicóptero para a PM

A aeronave comprada com dinheiro de acordo judicial e doada à Polícia Militar foi indicação do Cel. Evaldo Hoffmann, então comandante do 12º Batalhão da PM de Balneário Camboriú

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diarinho 02 09 2019
Reprodução

Segundo matéria de capa do jornal Diarinho desta segunda-feira, 02.set.2019, o helicóptero adquirido para a Polícia Militar, sofreu sobrepreço de 420%. A aeronave modelo Esquilo, ano de fabricação 2001, comprada pela empresa Helisul em 2011 por R$ 1,5milhão, foi revendida no início de 2019 por R$ 8,3 milhões em acordo judicial promovido pelo Ministério Público de Santa Catarina.

Na reportagem é citado que o Cel. Evaldo Hoffmann, que era o comandante do 12º Batalhão da PM de Balneário Camboriú por ocasião do acordo, foi o responsável pela indicação do helicóptero que pertencia a Helisul, segundo o promotor responsável pela 5ª Promotoria do Meio Ambiente de Balneário Camboriú, Isaac Sabbá Guimarães.

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O valor total do acordo foi de R$ 14 milhões e encerrou uma ação civil pública que pedia a demolição de edifícios construídos irregularmente, com base em uma lei municipal de 2014 que permitia esse tipo de concessão se a construtora recolhesse para a prefeitura dois tipos de cobranças estipuladas na legislação: o Índice de Confortabilidade de Obra para Desapropriações (ICON) e o Índice Construtivo Adicional para Desapropriações (ICAD).

Ainda segundo a matéria do Diarinho, apesar de representar mais da metade do montante de R$ 14 milhões do acordo, o helicóptero foi um dos poucos itens da lista que não tem outros orçamentos antes da definição da compra do modelo Esquilo 2001. O termo de referência produzido pela polícia Militar não citava apenas as características da aeronave, mas também a matrícula do modelo que pertencia à Helisul já na data da assinatura do acordo. Objetos de menor valor, como gravadores, câmeras, drones e rastreadores tiveram ao menos três opções de orçamento anexadas pela polícia Civil no acordo extrajudicial.

Em nota, a 3ª Companhia do Batalhão Aéreo da PM informou que houve “consulta a outras aeronaves” antes da escolha do Esquilo 2001, mas não citou quais foram os modelos e nem explicou por que os orçamentos não foram adicionados ao termo de referência do acordo extrajudicial, como a polícia Civil fez com os outros objetos, de menor valor, que iria receber em doação.

Além do helicóptero doado, que custou mais da metade de todo o recurso do acordo, a Polícia Militar de Santa Catarina recebeu ainda entre as compensações do acordo um quartel para a Polícia Militar Ambiental e uma embarcação avaliada em R$ 500 mil. Com parte dos recursos também foi ampliada a Delegacia da Mulher, a reforma da Central de Plantão da Comarca de Balneário Camboriú, equipamentos para a Polícia Civil e benfeitorias para a implantação do programa Baleia Azul no município.

A Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú instalou uma CPI para investigar TACs nos últimos dez anos.

“MATÉRIA PAGA”

Cel. Hoffmnan se manifestou publicamente, em grupos de WhatsApp, acusando a matéria de ser paga e de atender a “interesses políticos”. “Os mesmos interesses políticos levantados no Click Camboriú na semana passada”, completou. “Tenho medo desses ataques? Claro que não!!!! Quem tem medo de mim são esses trouxas!!!!!”, ofendeu aos profissionais da imprensa.

O Diarinho respondeu às críticas do militar dizendo que ele “não rebateu ou desmentiu qualquer dado da matéria jornalística” e lamentou por acusar o jornal e ao jornalista de não terem agido de maneira ética e profissional. “Afirmar que a matéria é ‘paga ou política’ é faltar com a verdade. Temos certeza que o senhor, como autoridade da área da segurança pública, sabe que acusações levianas ensejam nos crimes de injúria e difamação”, finalizou o jornal.

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