O ano de 2022 é mais um ano de decisões. As eleições prometem pegar fogo, principalmente no que se refere à eleição presidencial, que deve ser protagonizada pelo ex-presidente e ex-presidiário Lula (PT), o presidente Bolsonaro (PL), que tentará a reeleição, e, com a promessa de ser uma terceira via, Sérgio Moro (Podemos). Esse cenário interfere diretamente nas eleições estaduais, pois como é de praxe, a disputa presidencial influencia o voto no governador.
Em Santa Catarina, mais uma vez, não será diferente. O Partido Liberal terá o seu candidato ao governo do estado, apoiado por Bolsonaro, que certamente será o senador Jorginho Mello. Já o partido do prefeito Fabrício Oliveira, deve ter seu próprio presidenciável, que é o ex-juiz Sérgio Moro.
Para Fabrício Oliveira, renunciar ao cargo de prefeito para tentar voos mais altos, é uma jogada demasiadamente arriscada, já que o cenário estaria montado com um Carlos Moisés à reeleição de um lado, e um candidato legitimamente apoiado pelo presidente, do outro.
Com a renúncia, Carlos Humberto tomaria posse como prefeito e, consequentemente, trocaria a equipe de governo, distribuindo cargos para os seus. Ou seja, a máquina pública de Balneário Camboriú estaria, no período mais crucial, “patrocinando” a militância de Jorginho Mello. Fabrício, sem a máquina pública na mão, estaria com o apoio enfraquecido e fragilizado no seu próprio reduto eleitoral.
Dia 2 de abril é a data final para a renúncia de mandato daqueles que pretendem concorrer a outros cargos. Sendo assim, em no máximo 65 dias teremos a resposta se Fabrício renuncia ou não. Meu palpite, pelos motivos apresentados e levando em consideração que há muitas pessoas envolvidas (o cabide é grande) , há muito orçamento em jogo (R$ 1,3 bi/ano) e que ainda há bastante poder que não dá pra desperdiçar, é que Fabrício não renunciará à prefeitura e cumprirá o seu mandato.
Pedro G. da Rosa
Jornalista e editor-chefe do Click Camboriú