Nesta segunda-feira (28), a Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DRE/DEIC), deflagrou a operação “Wallet”. O objetivo é desmantelar uma associação criminosa suspeita de converter os valores obtidos com o tráfico de drogas em criptomoedas, utilizando dezenas de carteiras digitais para esse fim.
A ação policial resultou no cumprimento de diversas ordens judiciais, que incluem o bloqueio de 16 carteiras de criptomoedas, 32 mandados de busca e apreensão, 17 mandados de prisão, além do bloqueio de 15 contas bancárias e empresas, bem como a apreensão de veículos. Os mandados foram executados em várias cidades de Santa Catarina, como Florianópolis, São José, Biguaçu, Imbituba, Camboriú e Navegantes.
A operação contou com a participação de 120 policiais e 45 viaturas, sendo que até o momento da manhã desta segunda-feira, quatro pessoas já foram presas em flagrante. Os resultados completos da operação serão divulgados após o cumprimento de todos os mandados.
A investigação da operação “Wallet” teve início em 2022, após levantamento que indicava que a mesma organização já havia sido presa em 2019 pela DRE/DEIC, com grandes quantidades de cocaína, drogas sintéticas, malas de viagem contendo cerca de 5kg de cocaína cada, além de equipamentos para produção de drogas sintéticas. No decorrer da investigação, surgiram indícios de que o grupo também poderia estar envolvido no envio de drogas para destinos internacionais, como Austrália, Tailândia e Europa, utilizando malas de viagem.
O nome da operação, “Wallet”, faz referência ao fato de que os investigados usavam dezenas de carteiras de criptomoedas para armazenar e transferir grandes valores provenientes do tráfico de drogas, como parte do esquema criminoso.
O diretor da DEIC, delegado Daniel Régis, expressou orgulho pela operação, destacando a qualidade das especializadas da DEIC e dos policiais envolvidos. Ressaltou ainda o compromisso contínuo da Polícia Civil em combater o crime organizado em Santa Catarina.
O delegado Claudio Monteiro, responsável pela operação, detalhou que um dos alvos preso em Imbituba durante a operação pode ser integrante de uma quadrilha que envia pessoas para o exterior transportando drogas, incluindo o caso de uma brasileira presa na Indonésia com cocaína em uma mala de fundo falso. Na residência do investigado, foram encontradas estufas, pés de maconha, maconha pronta para consumo e malas usadas para ocultar drogas.
A operação “Wallet” representa um passo importante no combate ao tráfico de drogas e ao uso de criptomoedas como meio de lavagem de dinheiro por organizações criminosas em Santa Catarina.