No início da madrugada de 1º de março de 2024, a família de uma idosa foi notificada pelo Hospital Ruth Cardoso, localizado na Rua Angelina, em Balneário Camboriú, sobre o falecimento da matriarca.
Segundo o relato de Cassia Priscila Monteiro de Laurentis de Oliveira, neta da falecida, a comunicação do óbito ocorreu às 1h, momento em que a família foi instada a se dirigir ao hospital. No entanto, ao chegarem ao local, foi-lhes negada a visualização do corpo, sob a justificativa de que tal procedimento seguia o protocolo hospitalar, orientando-os a retornar pela manhã com a funerária responsável pela remoção do corpo.
A situação se complicou na manhã seguinte, quando, acompanhados da funerária, os familiares foram informados de que o corpo já havia sido retirado por outra empresa funerária, a Cristo Rei, em um grave erro de comunicação e procedimento.
A funerária Cristo Rei, posteriormente, confirmou ter preparado e removido um corpo às 4h da manhã, acreditando ser o da idosa, devido à ausência de identificação adequada e a informações imprecisas fornecidas pelo hospital. Este equívoco só foi esclarecido quando a família de outro falecido, também vítima da troca, reconheceu o erro ao ver o corpo.
Os familiares da idosa relataram tratamento desrespeitoso e falta de sensibilidade por parte do hospital durante todo o processo. A indignação se agravou pela falta de comunicação clara e pela dificuldade em obter informações precisas sobre os procedimentos seguidos após o falecimento. Além disso, denunciam a dificuldade em abrir um protocolo na Ouvidoria da Prefeitura de Balneário Camboriú, encontrando obstáculos até mesmo para formalizar suas queixas. Os relatos dos envolvidos destacam um tratamento insensível e burocrático, exacerbando o sofrimento da família já abalada pela perda.
O caso ganhou contornos ainda mais dramáticos com a revelação de que o corpo da idosa foi entregue com vestimentas de outro falecido e em condições que a família descreveu como “degradantes”. A família agora busca justiça, anunciando a intenção de acionar judicialmente o hospital por negligência e desrespeito, além de procurar veículos de imprensa para divulgar o ocorrido, na esperança de evitar que outras famílias passem por situações semelhantes.
O QUE DIZ O HOSPITAL
“A diretoria do Hospital Municipal Ruth Cardoso informa sobre o caso da troca de corpos realizada por uma funerária na madrugada desta sexta-feira (01).
Por volta das 4h da manhã, a funerária foi acionada para ir até o hospital, retirar uma mulher que teria vindo a óbito. O funcionário da funerária se equivocou, levando outra pessoa para a preparação do velório.
A diretoria do hospital, ao identificar o problema por volta das 7h, prontamente entrou em contato com a empresa, que após a notificação do hospital tomou as devidas providências.
Ressaltamos que o hospital adota procedimentos rigorosos de identificação, utilizando pulseiras com o nome completo e data de nascimento em todos os pacientes. No caso de óbitos, a comunicação à família é feita imediatamente, e o corpo é encaminhado ao morgue com a devida identificação.
Expressamos nosso profundo pesar pelo ocorrido e informamos que a situação está sob apuração dos fatos. Providências serão tomadas para responsabilizar a funerária envolvida.”