Agosto será um mês decisivo para R.P.F., um dos coordenadores da pré-campanha de Juliana Pavan à prefeitura de Balneário Camboriú, que enfrenta acusações graves de assédio sexual e lesão corporal dolosa contra mulheres. O acusado será julgado no dia 28 de agosto em uma audiência que apura a denúncia feita por uma das vítimas, por assediá-la em seu local de trabalho.
Histórico das Acusações
Os documentos policiais revelam um padrão perturbador de comportamento por parte de R.P.F., envolvendo casos de assédio sexual e violência física. Um dos boletins relata um incidente ocorrido em 1º de dezembro de 2021, quando a vítima, de 20 anos, afirma que R.P.F. a assediou em seu local de trabalho, enviando mensagens inapropriadas e tentando coagi-la a encontrá-lo em horários não convencionais. O mesmo boletim também menciona que R.P.F. persistiu no contato, ligando para a vítima várias vezes após o ocorrido.
Outro boletim detalha uma acusação de assédio sexual ocorrida em 3 de fevereiro de 2022. A vítima relata que foi assediada sexualmente por R.P.F. A gravidade das acusações se intensifica com o relato de uma mulher de 38 anos, que descreve uma série de assédios no ambiente de trabalho, incluindo toques inapropriados e comentários lascivos.
Além dos casos de assédio, R.P.F. é também acusado de lesão corporal dolosa, conforme registrado em um boletim de ocorrência datado de 16 de agosto de 2006. A comunicante relata que sofreu agressão física que resultou em lesões corporais.
A Contradição de Juliana Pavan
A situação ganha contornos ainda mais complexos devido à ligação de R.P.F. com Juliana Pavan, uma defensora declarada dos direitos das mulheres e presidente da Procuradoria da Mulher na Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú. Em uma ironia cruel, Juliana Pavan recentemente celebrou a aprovação de duas moções na Câmara Municipal, direcionadas ao combate a crimes sexuais e ao fortalecimento da proteção às vítimas. Uma das moções apela ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, pela priorização do Projeto de Lei 6831/2010, que visa aumentar as penas para crimes sexuais e introduzir tratamento químico-hormonal para condenados.
Juliana Pavan e a Incoerência
Em seu comunicado à imprensa, Juliana Pavan destacou a urgência de medidas mais rigorosas contra crimes sexuais, afirmando que “temos a necessidade de medidas mais severas e eficazes na proteção das vítimas e a punição dos agressores.” No entanto, a associação de sua campanha com R.P.F., que enfrenta acusações de natureza sexual e física, coloca em xeque sua credibilidade e coerência na luta pelos direitos das mulheres.
Ausência de Respostas
Procurados pela reportagem, nem Juliana Pavan, nem R.P.F. se manifestaram sobre as acusações até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto para que ambos apresentem suas declarações.
Após a publicação desta matéria, o presidente do PSD de Balneário Camboriú, Olimpierri Mallmann, esclareceu o seguinte: “Este senhor não é um dos coordenadores de pré campanha, aliás por questões legais os coordenadores são todos voluntários. O Sr. R.P.F. é proprietário de uma empresa que realiza trabalhos de coletas de dados e prestação de serviços de apoio, e sua equipe é quem coleta os dados junto a população para termos conhecimento dos anseios de da comunidade. Quanto ao processo o mesmo não omitiu a existência dos mesmos, e esclareceu que irá defender-se. Dizer ainda que a função de prestação de serviços realizada por sua empresa em nada se comunica com a vida partidária ou qualquer elemento da pre campanha.”
Apesar de não responder os demais questionamentos da reportagem, ao Click Camboriú, R.P.F. confirmou ser um dos coordenadores, responsável pela equipe de rua.