O presidente da Argentina, Javier Milei, chegou a Santa Catarina na noite de sábado, 6 de julho, para participar da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) 2024 em Balneário Camboriú. Milei foi recepcionado pelo governador Jorginho Mello (PL) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Aeroporto de Navegantes, antes de seguir para um hotel no centro de Balneário Camboriú. O mesmo hotel hospeda o ex-presidente Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governador Jorginho Mello. Dezenas de apoiadores o aguardavam na entrada do hotel, onde um sósia de Milei causou alvoroço ao ser confundido com o presidente argentino.
Ainda na noite de sábado, Milei assistiu ao jogo da Seleção Brasileira contra o Uruguai, acompanhado por Bolsonaro, Mello, Tarcísio de Freitas, o senador Jorge Seif e o prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira.
Bolsonaro presenteou Milei com a medalha “3 Is”, símbolo de aliados e apoiadores do ex-presidente, gravada com as palavras “imbrochável, imorrível e incomível”. Eduardo Bolsonaro (PL-SP) compartilhou uma foto de Milei com a medalha nas redes sociais, destacando a aliança entre eles.
Na manhã de domingo, 7 de julho, Milei participou de um encontro com empresários brasileiros em Balneário Camboriú. O evento contou com a presença do presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar Aguiar, o CEO da Tigre, Otto Sothen, o diretor de Mercado Internacional da Aurora, Dilvo Casagranda, e um representante da XP Investimentos. Também estiveram presentes Jorginho Mello, Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro. A reunião abordou temas econômicos relevantes, especialmente considerando a posição da Argentina no Mercosul. Milei, que já manifestou a intenção de retirar a Argentina do bloco econômico, optou por participar do CPAC em vez de comparecer à cúpula do Mercosul em Assunção, Paraguai.
Antes do encontro empresarial, Milei teve uma reunião fechada com Bolsonaro, Jorginho Mello e Tarcísio de Freitas no hotel onde está hospedado, localizado na Avenida Atlântica. A visita de Milei ao Brasil é considerada extraoficial pelo governo argentino e não inclui encontros bilaterais com autoridades brasileiras, uma decisão que gerou desconforto diplomático no Itamaraty.
Na última sexta-feira, 5 de julho, o porta-voz do governo argentino, Manuel Adorni, afirmou que as reuniões de Milei com Jorginho Mello e empresários brasileiros eram prioritárias em relação a um encontro com o presidente Lula (PT). Adorni justificou a ausência de um encontro bilateral com Lula, ressaltando a importância das relações com Santa Catarina, estado que recebe muitos turistas argentinos durante a temporada de verão.
Milei rejeitou a ajuda do Itamaraty durante sua estadia no Brasil, contando com o apoio logístico e de segurança do governo de Santa Catarina, que forneceu carros e escolta policial. O Itamaraty, por sua vez, adotou uma postura formal e diplomática, decidindo ignorar politicamente a visita de Milei. A secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Gisela Padovan, lamentou a ausência de Milei na cúpula do Mercosul, destacando a importância do bloco econômico, mas assegurando que o evento prosseguirá conforme planejado.
A presença de Javier Milei em Balneário Camboriú atrai grande atenção da mídia e do público, reforçando os laços entre os conservadores brasileiros e o presidente argentino em um cenário de crescente integração e desafios econômicos.