O circo eleitoral de Balneário Camboriú

Balneário Camboriú, como o resto do país, foi palco de um fim de semana agitado e intenso, com a realização das convenções partidárias

Ah, o espetáculo da política local! Balneário Camboriú, como o resto do país, foi palco de um fim de semana agitado e intenso, com a realização das convenções partidárias. O cenário estava armado para mais um ato da peça trágica que é a política local. Teve quem sorriu e chorou, acreditando que o PL sairia de cena antes mesmo de sua convenção.

Isso, porque uma denúncia alegava irregularidades na composição da comissão provisória do PL municipal. No entanto, em poucas horas, uma decisão liminar considerou que as supostas filiações irregulares haviam sido regularizadas a tempo da convenção, cumprindo, assim, os requisitos necessários para a participação eleitoral.

O antoganonismo, que surgiu dentro do partido, está relacionado ao expurgo de Carlos Humberto, que, eleito deputado, não queria cumprir o acordo de permanecer como representante da cidade na Assembleia Legislativa e desejava se candidatar a prefeito, sem completar o mandato para o qual foi eleito.

Como não conseguiu o que queria, ele e seu pai, em um ato de puro rancor, criaram novas alianças e uma pré-candidatura de fachada para, por fim, apoiar a candidata da oposição e executar seu plano de vingança.

A convenção do PL seguirá sob júdice, e o partido ainda corre riscos. No entanto, a tendência é que o Judiciário valide a decisão liminar.

Neste cenário de incertezas, podemos supor que o PL, temendo ser excluído da disputa, decidiu não montar uma chapa puro-sangue e escolheu como vice um membro de outro partido: David Labarrica, do PRD. Havendo, então, qualquer revés na justiça, o vice assume a campanha como cabeça de chapa.

Labarrica já atuou como prefeito interino em sete ocasiões. Ele era inicialmente cotado para ser o candidato à sucessão do prefeito Fabrício Oliveira. No entanto, devido a decisões estratégicas, Peeter foi o escolhido.

Mesmo diante da expectativa frustrada de liderar a chapa, Labarrica manteve sua lealdade ao grupo governista, enquanto outros aliados migraram para a oposição, como, por exemplo, Omar Tomalih, do União Brasil, que tem sido apontado como infiel. E falar sobre infidelidade nesse caso pode ser um pouco delicado. Alguns pré-candidatos do União Brasil estão, inclusive, retirando sua candidatura, por se recusarem a apoiar Juliana.

Fábio Schiochet, presidente estadual do União Brasil, não esconde que seu apoio está condicionado a cargos, caso Juliana seja eleita. O famoso “toma lá, dá cá.” E haja cargos para distribuir, pois a coligação “Juntos por Balneário Camboriú,” que reúne a “verdadeira direita” a partido de esquerda, é um verdadeiro Frankenstein político, abarrotado de aliados famintos por cargos.

Como sempre, os protagonistas parecem mais interessados em seus próprios interesses do que fazer a cidade avançar de fato.