A troca de acusações entre o atual prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira (PL), e o ex-prefeito de Camboriú e candidato ao mesmo cargo nas eleições de 2024, Leonel Pavan (PSDB), tomou novos contornos nos últimos dias, envolvendo questões familiares e denúncias relacionadas a crimes eleitorais. A disputa envolve não apenas Leonel, mas também sua filha, Juliana Pavan (PSD), que concorre à prefeitura de Balneário Camboriú.
O Início das Acusações
O embate começou com a divulgação de um vídeo gravado por Leonel Pavan, no qual ele e sua esposa, Bernadete, criticam duramente o que chamaram de “falsas notícias, mentiras e fakes” que estariam sendo disseminados contra a família Pavan. Pavan relembra acontecimentos de 2016, quando seu filho foi alvo de uma emboscada e denúncias que, segundo ele, teriam sido armadas para prejudicá-lo durante a reta final da campanha daquele ano. Afirmando que o objetivo das acusações era atingir sua candidatura, ele também mencionou que perdeu a eleição, mas manteve sua honra e dignidade. No vídeo, Pavan ressaltou que sua família tem sido alvo de novos ataques, desta vez envolvendo tanto sua campanha em Camboriú quanto a de sua filha Juliana, em Balneário Camboriú.
Leonel Pavan fez um apelo direto a Fabrício Oliveira, sem mencioná-lo explicitamente no início, mas direcionando-se a ele ao longo do vídeo. Pavan pediu que Fabrício pedisse à sua “turma de aloprados” que cessasse os ataques pessoais à sua família, dizendo que sua esposa e filhos estavam sofrendo com as calúnias e difamações. Ele ainda acusou o grupo de Fabrício de estar envolvido em armações e vídeos caluniosos que estariam circulando. Pavan reforçou que, apesar de sua longa trajetória política, essas ofensas agora estavam atingindo a honra de seus familiares, o que ele não poderia tolerar.
Pavan também relembrou a relação que mantinha com Fabrício no passado, mencionando que ele e sua família apoiaram o atual prefeito como um filho. Contudo, segundo Pavan, Fabrício teria se afastado e não demonstrado gratidão pelos favores e pelo apoio recebidos. Ele encerrou o vídeo com uma mensagem forte, afirmando que “o poder é passageiro e a política adora traição, mas não perdoa os traidores.”
A Resposta de Fabrício Oliveira
Em resposta, Fabrício Oliveira divulgou um vídeo no qual rebate as declarações de Leonel Pavan e o acusa de tentar desviar a atenção dos problemas enfrentados pela candidatura de sua filha, Juliana Pavan, em Balneário Camboriú. Fabrício começa questionando o motivo pelo qual está sendo atacado, uma vez que ele não é candidato na eleição. Ele sugere que Pavan busca tirar o foco da candidatura de Juliana, que, segundo ele, enfrenta dificuldades.
Fabrício também critica Pavan por envolver sua esposa, Bernadete, nas acusações, dizendo que ela é uma pessoa de bem e que não deveria estar envolvida nas manobras políticas do marido. Em seguida, ele aborda diretamente a questão que tem levantado polêmica na cidade: a prisão do jornalista Glauco Piai, que foi detido transportando R$ 100 mil em dinheiro vivo sem conseguir justificar sua origem.
A Controvérsia envolvendo Glauco Piai
Fabrício menciona que, de acordo com reportagens publicadas no jornal Diarinho, Glauco Piai foi preso pela Guarda Municipal de Balneário Camboriú com o valor de R$ 100 mil em espécie dentro de uma Land Rover. Durante a abordagem, Piai não conseguiu explicar a procedência do dinheiro e permaneceu em silêncio durante seu depoimento na delegacia. Embora tenha sido liberado, o dinheiro foi apreendido para investigação. Piai também teria tentado entrar em contato com Leonel Pavan pedindo apoio jurídico, segundo Fabrício.
O prefeito sugere que Piai tem uma relação de proximidade com a família Pavan, chegando a tratar Juliana Pavan de maneira informal em conversas gravadas. Fabrício insinua que Piai, descrito por ele como um “operador financeiro”, estaria envolvido em um esquema de fraude eleitoral, mencionando que há áudios e mensagens trocadas entre Piai e Leonel Pavan sobre possíveis manipulações de pesquisas eleitorais. Em uma das supostas mensagens, Piai teria instruído sobre como apagar as conversas para evitar rastreamento. Essas trocas de mensagens indicariam, segundo Fabrício, uma tentativa de fraude tanto nas eleições de Balneário Camboriú quanto nas de Camboriú.
A situação envolvendo Glauco Piai está sendo investigada pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Balneário Camboriú. O delegado Vicente Soares, responsável pelo caso, informou que ainda não há confirmação de que o dinheiro apreendido esteja relacionado a um crime eleitoral. As diligências e perícias estão em andamento, e o inquérito corre sob sigilo.
Enquanto isso, Fabrício Oliveira aproveitou a oportunidade para reforçar sua crítica ao histórico político de Pavan. Ele acusou o ex-prefeito de transformar Balneário Camboriú em um “grande balcão de negócios” durante seu mandato, e destacou que o projeto político de Juliana Pavan seria uma continuidade desse modelo de gestão. Fabrício mencionou ainda o vínculo de Glauco Piai com políticos do PT, em especial sua atuação no governo de Marta Suplicy em São Paulo, numa tentativa de associar a campanha de Juliana a práticas ligadas a esse partido.