• O portal de notícias de Balneário Camboriú

Turista agredido por ser flagrado nu na Praia de Laranjeiras alega ter sido vítima de preconceito

Em sua defesa, o homem negou as acusações e afirmou ter sido vítima de agressões motivadas por preconceito

PUBLICIDADE

No sábado, 11 de janeiro, J.F., um homem envolvido em um incidente na Praia de Laranjeiras no dia 5 de janeiro de 2025, trouxe a público sua versão dos fatos em um relato. O caso gerou grande repercussão após J.F. ser agredido por populares, que o acusaram de estar nu na presença de crianças em um banheiro público. Em sua defesa, J.F. negou as acusações e afirmou ter sido vítima de agressões motivadas por preconceito.

Segundo J.F., ele e um grupo de amigos estavam passeando na Praia de Laranjeiras e, no final da tarde, se preparavam para retornar ao hotel. Por volta das 17h, ele foi ao banheiro de um restaurante para se trocar. Lá, um funcionário teria entrado no local e saído rapidamente. Ao deixar o banheiro, já vestido, J.F. foi abordado pelo funcionário, pelo gerente e por um segurança, que o levaram para uma área isolada nos fundos do restaurante e começaram a agredi-lo.

- CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE -

J.F. afirmou que foi acusado pelo funcionário de estar nu na frente de crianças. Contudo, o próprio funcionário teria mencionado ter visto outra pessoa saindo do banheiro com uma calça na mão, um detalhe que, segundo J.F., foi ignorado. Ele ressaltou que as acusações eram infundadas e que acredita que o real motivo das agressões foi preconceito relacionado à sua orientação sexual.

Após a primeira agressão, J.F. foi mandado embora pelos agressores. Ao reencontrar seus amigos e tentar entender a situação, ele disse que os funcionários incitaram outras pessoas contra ele. Um grupo o perseguiu e o atacou novamente, e J.F. relatou ter recebido ameaças de morte. Durante uma das agressões, afirmou que chegou a temer pela própria vida e que só conseguiu escapar graças à intervenção de terceiros.

Os amigos de J.F. acionaram a Polícia Militar, que o encaminhou para atendimento médico antes de levá-lo à delegacia. Ele relatou que nenhuma testemunha apareceu para formalizar as acusações contra ele e que foi liberado na mesma noite. “Ficou claro que eu era a verdadeira vítima da situação”, declarou J.F.

J.F. também afirmou que o incidente teve impacto significativo em sua saúde emocional e em sua imagem, devido à disseminação de informações distorcidas sobre o ocorrido. “O que mais desejo agora é que os fatos sejam esclarecidos para que eu possa recuperar minha dignidade e seguir minha vida em paz”, concluiu.

Relembre o caso

No dia 5 de janeiro de 2025, a Polícia Militar foi acionada na Praia de Laranjeiras, onde um homem foi acusado de estar nu em um banheiro público na presença de crianças. Segundo relatos iniciais, o homem teria sido flagrado por um funcionário de um restaurante e, ao tentar fugir, foi contido e agredido por populares. As testemunhas afirmaram que duas crianças, menores de sete anos, saíram do banheiro gritando ao ver o homem sem roupas. O suspeito foi levado ao hospital e, posteriormente, encaminhado à delegacia para prestar esclarecimentos.

Confira o relato de J.F. na íntegra:

“No dia domingo, 5 de janeiro de 2025, eu e meus amigos estávamos passeando na Praia de Laranjeiras, em Santa Catarina. Já era quase 5 da tarde quando começamos a nos preparar para voltar ao hotel onde estávamos hospedados. Fui ao banheiro de um estabelecimento para me trocar. Enquanto eu estava lá, um funcionário do restaurante também entrou, mas logo saiu. Após me trocar, saí em seguida, momento em que fui abordado por ele, pelo gerente e por um segurança do local. Eles me levaram para trás do restaurante e começaram a me agredir fisicamente sem motivo aparente.

O funcionário afirmou que eu estava sem roupas na frente de crianças e, em seguida, mencionou que teria visto outra pessoa saindo do local com uma calça na mão, insinuando situações completamente infundadas. Tudo indicava que o verdadeiro motivo das agressões foi um preconceito em relação à minha orientação s@xual pessoal.

Fui brutalmente agredido e me disseram para sair correndo do local, o que fiz imediatamente. Ao encontrar o grupo que estava comigo, eles perceberam o que havia acontecido e foram tentar entender a situação. No entanto, os funcionários continuaram gritando acusações para mobilizar outras pessoas contra mim. Um grupo começou a me perseguir, e fui novamente atacado e agredido. Essa foi, sem dúvida, a pior experiência da minha vida.

Consegui escapar em duas ocasiões, mas em ambas fui alcançado novamente. Durante uma das agressões, fui segurado pelo pescoço e senti que poderia perder a vida. Ouvi ameaças que confirmavam essa intenção. Apenas com a ajuda de pessoas que intervieram, as agressões foram interrompidas. Nesse momento, meus amigos já estavam próximos e acionaram a polícia.

Quando os policiais chegaram, fui retirado do local em meio a gritos e ofensas que prefiro nem mencionar. Fui levado ao hospital para atendimento médico e, posteriormente, à delegacia. Apesar das acusações, ninguém compareceu para prestar depoimento contra mim. Fui liberado na mesma noite, sem qualquer prova que sustentasse as alegações feitas. Ficou claro que eu era a verdadeira vítima da situação.

Desde então, comentários distorcidos sobre o ocorrido têm circulado, prejudicando minha imagem. O que mais desejo agora é que os fatos sejam esclarecidos, tanto na minha cidade quanto fora dela. Quero recuperar minha paz, tanto física quanto emocional, e seguir minha vida com dignidade.”

Click CamboriúPolíciaTurista agredido por ser flagrado nu na Praia de Laranjeiras alega ter...
PUBLICIDADE

Últimas notícias