O vereador Marcelo Achutti (MDB) foi denunciado à sexta Promotoria de Justiça de Balneário Camboriú por supostamente estimular o ódio e a tortura contra moradores de rua durante seu discurso na sessão da Câmara de Vereadores no dia 5 de fevereiro de 2025.
A representação foi protocolada por Fernando Polini, alegando que o vereador incitou agressões físicas contra pessoas em situação de rua ao sugerir que fossem punidos com “vara de marmelo”.
Declaração polêmica e repercussão
Segundo a denúncia, Marcelo Achutti teria afirmado durante a sessão:
“Eu fiz uma indicação, vou pedir depois para que as forças de segurança usem uma vara de marmelo. Mandrião que vai lá tirar a roupa para tomar banho tem que levar no lombo! Tem que dar no lombo! O que não adianta é dar carinho. Quem não gostou, os direitos humanos que levem para casa! Vai lá e leva para casa!”
Antes da declaração, o vereador exibiu um vídeo enviado por moradores da cidade, no qual pessoas em situação de rua apareciam se banhando sem roupas em frente a um estabelecimento comercial, na Avenida do Estado, uma das principais vias de Balneário Camboriú.
A fala gerou forte repercussão, levantando debates sobre a abordagem do vereador em relação ao problema da população em situação de rua na cidade.
Defesa do vereador
Em resposta às críticas, Marcelo Achutti questionou se virou crime usar a tribuna para cobrar ações do poder público. Ele afirmou que não deseja o mal aos moradores de rua, mas defendeu que muitos precisam de tratamento e auxílio.
O vereador explicou que o uso da expressão “varinha de marmelo” foi em sentido figurado, e que sua intenção era gerar o debate necessário sobre a questão.
“Minha cobrança gerou os debates esperados e vou seguir cobrando do poder público e das autoridades constituídas, sem deixar de falar sobre os principais problemas da cidade da forma como sempre fiz.”
A denúncia agora está sob análise do Ministério Público, que avaliará se há indícios de incitação à violência nas declarações do vereador.