O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, participou neste domingo (6) de um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros seis governadores. A manifestação reuniu milhares de apoiadores e teve como principal pauta a defesa da anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023.
Durante a manifestação, que reuniu milhares de apoiadores, o governador catarinense entregou simbolicamente a Bolsonaro uma bandeira do Movimento de Combate à Tomada de Terras (MCT), reforçando seu posicionamento em defesa da propriedade privada e da legalidade no campo.
Além de Jorginho Mello, estiveram presentes os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), Ronaldo Caiado (Goiás), Ratinho Júnior (Paraná), Wilson Lima (Amazonas) e Mauro Mendes (Mato Grosso). A presença desses líderes estaduais reforça o alinhamento político em torno das pautas defendidas durante o evento.
Durante o ato, Bolsonaro discursou defendendo a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro e criticou decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele também mencionou sua situação jurídica atual, após ter se tornado réu em processos relacionados a uma suposta tentativa de golpe de Estado.
A manifestação contou com a presença de familiares de Débora Rodrigues dos Santos, condenada por pichar uma estátua durante os eventos de 8 de janeiro. O caso dela foi utilizado como símbolo pelos manifestantes para argumentar contra o que consideram penas desproporcionais aplicadas aos envolvidos nos atos daquele dia.
A participação de Jorginho Mello e dos demais governadores no evento sinaliza uma coesão entre líderes estaduais em torno das pautas defendidas por Bolsonaro e seus aliados. A presença desses governadores, alguns deles cotados como possíveis candidatos à presidência em 2026, indica também movimentações estratégicas no cenário político nacional.
A manifestação ocorre em um momento em que o ex-presidente Bolsonaro enfrenta desafios jurídicos significativos, incluindo sua recente condição de réu em processos que investigam tentativa de golpe de Estado. A mobilização de apoio popular e político, portanto, pode ser interpretada como uma estratégia para fortalecer sua posição e a de seus aliados no atual contexto político brasileiro.
Apoio ao agronegócio e defesa da propriedade privada
A participação de Jorginho ocorreu um dia após ele ter marcado presença em um evento do MCT na Fazenda Volta Grande, em Zortéa (SC), onde se reuniu com cerca de 200 lideranças políticas, representantes do agronegócio e produtores rurais. No ato, o governador defendeu com veemência os direitos dos trabalhadores do campo e condenou as invasões de terras.
“Quem invade terra não é vítima, é criminoso. Quem produz merece respeito, segurança e apoio do Estado. Nosso governo não se curvará à ilegalidade”, declarou o governador durante o evento em Santa Catarina.
O Movimento de Combate à Tomada de Terras, que conta com apoio de entidades como FAESC, SENAR, CNA, APROSOJA, sindicatos rurais e cooperativas, ganhou força no estado com respaldo do governo catarinense. Em fevereiro, Jorginho Mello sancionou a lei do “Abril Amarelo”, instituindo um mês de conscientização em defesa da produção rural, como contraponto ao tradicional “Abril Vermelho” promovido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).