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Luta contra a cinomose

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Curico e Cassie
Curico e Cassie

Eram quatro. Chegávamos na casa da minha namorada, era aquela alegria. A cachorrada enlouquecida latia e pulava. A Fadinha pulava no colo e queria atenção toda para ela. O Curico, o rejeitado, o caçula. As outras três, bem mais velhas, os xodós da casa.

Uma aparente gripe. Secreção nos olhos de todos eles. Uma semana. Duas semanas. Nada daquela gripe passar. A Jade, a mais rabugenta, isolada no canto dela. Não queria papo com ninguém. Com os olhos cheios de remela, não conseguia enxergar. Aquilo a deixava muito irritada.

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Idas e vindas no veterinário. A cinomose já havia sido diagnosticada. A Jade foi a primeira. Não era mais ela. Já não respondia mais a nada. Sem salvação, foi colocada para dormir.

Depois, a Fadinha. Ataques epiléticos. Gardenal. Dopada o dia todo. Ficou demente. Latia de dor. Convulsionava. Não tinha mais lucidez. Outra xodózinha, colocada para dormir.

Agora são dois. O Curico, de rejeitado, virou o novo xodó da casa. Está bem. Um pouco deprimido, mas está bem. Sente falta das outras. Está preocupado com sua “mãe adotiva”, a Cassie, de quem não desgrudava. Viviam juntos. Dormiam juntos.

A Cassie é grande. Obesa. Deve pesar uns 40 Kg. Para não passar pela eutanásia, me comprometi a cuidar em tempo integral. Ela é forte. Não se entrega. Mas só fica bem quando estou aqui. Então mudei de casa temporariamente.

Sem força nas patas, tem que ser carregada. A doença é arrasadora. Eutanásia, só se tiver sofrendo. Melhor não sofrer. Mas está lucida. Muito lucida. Não sabemos até quando. Mas ela é guerreira. Não se rende!

Estamos na luta contra a cinomose.

ATUALIZAÇÃO (09/08/2014 14:20):

Tenho certeza que, apesar de tudo, a Cassie teve uma das melhores semanas da sua vida. Fez tudo o que queria. Comeu carne a semana toda. Muita carne! Dormiu às tardes na cama que tanto gostava, mas que antes era proibida de dormir. Passeou. Ganhou carinho. Bastante carinho!

Agora é apenas um. O Curico agora é oficialmente o baby da casa. A Cassie foi forte. Talvez mais forte do que nós. Não queríamos que ela sofresse. Levamos no veterinário. Anestesia geral. A respiração, antes ofegante, voltou ao normal. Sem dor, tranquila. Dormiu. Pra sempre.

ATUALIZAÇÃO (18/08/2014 15:00):

Agora o Curico tá no céu dos cachorros, com a Jade, a Fadinha e a Cassie.

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