Desde que vim morar em Balneário Camboriú, em 2003, até o ano de 2011 fui ciclista. De lá pra cá, eu havia parado de pedalar. Nessa semana, adquiri uma nova bicicleta (preciso perder uns quilinhos, hehe) e andei pela primeira vez nas novas ciclovias da cidade. Andei pela ciclofaixa da Avenida Atlântica e na ciclovia da Avenida do Estado, e tenho algumas considerações a fazer.
Primeiramente, aos que reclamam da remoção das vagas de estacionamento, posso dizer que do ponto de vista do ciclista, ou dos praticantes de qualquer uma das modalidades permitidas na ciclofaixa compartilhada, é um alívio. Quem dera se existisse na época que eu pedalava diariamente!
Me lembro que logo na minha primeira semana na cidade, em 2003, fui pedalar na Avenida Atlântica, e mesmo andando próximo ao meio fio, um carro passou e bateu com o retrovisor em meu braço, me derrubando no chão. Andar pelas avenidas era perigoso, sempre correndo o risco de alguém abrir a porta do carro repentinamente.
Uma vez emprestei minha bicicleta a um amigo que não estava acostumado a pedalar pelas vias da cidade, e a roda da frente voltou virada em um “8”. O motivo foi justamente um carro abrir a porta no momento em que ele passava. Se você reclama que tiraram sua vaguinha para estacionar a beira-mar, experimente praticar um pouco de esporte e perceba que a cidade ganhou, e muito, com uma ciclofaixa na Avenida Atlântica.
Porém nem tudo é mil maravilhas. O maior problema da ciclofaixa compartilhada da Avenida Atlântica são as pessoas que a utilizam. Infelizmente grande parte dos usuários não estão aptos a utilizar o espaço. Tem pessoas que não tem nenhuma noção de regras de trânsito, e que não sabem que o lado direito é para um direção e o lado esquerdo é para outra. Pessoas que andam na contramão, que ocupam toda a largura da faixa e bloqueiam passagens. Muita gente folgada e muita falta de respeito!
Se não existe a necessidade de uma carteira de habilitação para trafegar na ciclofaixa, penso que deveriam fazer campanhas de conscientização, para melhor aproveitamento do espaço. O que me preocupa é a chegada da temporada, quando aumenta o fluxo de pessoas. Na temporada passada era praticamente impossível utilizar a ciclofaixa por conta dos pedestres que andavam nela e obstruíam a passagem. Será que isso vai se repetir nessa temporada? Provável que sim.
Quanto a ciclovia da Avenida do Estado, não me senti seguro andando nela. É perigosa, em toda a sua extensão, principalmente próximo ao Corpo de Bombeiros. Não sei como não aconteceram graves acidentes ainda, pois se o ciclista não tiver atenção redobrada, pode ser fatal. Faltam semáforos para os ciclistas. Os carros dobram as esquinas sem se preocupar com o tráfego de bicicletas. Se eu tivesse uma GoPro, filmaria o trajeto e apresentaria para as autoridades competentes para tomarem medidas urgentes, antes que aconteça uma fatalidade. Mas por enquanto fica o apelo através deste texto.
Alguns ajustes para fazer, mas hoje está bem melhor para pedalar em Balneário Camboriú. Agora, bem que a prefeitura de Camboriú podia se preocupar com mobilidade urbana também e implementar uma ciclovia decente e sinalizada em toda a extensão da Avenida Santa Catarina, visto que é grande o fluxo de ciclistas nesse trecho.
Essa galera que “cuida” do trânsito de BC e de Camboriú deveria dar um pulinho até as praias da baixada santista pra aprender como se faz uma ciclovia/ciclofaixa.