Pra quê serve um vereador? Fiscalizar o governo, propor e votar projetos de lei, você responderia. Só que em Balneário Camboriú as prioridades parecem ser outras. Aqui, vereador é eleito para homenagear ou provocar pessoas em tribuna, coisas que quase nunca são de interesse público.
Foi pauta aqui nessa coluna, nesta semana, que Gelson Rodrigues (PSB) usou a tribuna para solicitar verbalmente à comissão de ética que puna seu desafeto Leonardo Piruka (PP) por dizer que aumento de tributo é assalto. Picuinhas pessoais debatidas em sessão, em vez de projetos.
E quando você pensa que já teve treta suficiente nesta semana, vem o vereador Nilson Probst (PMDB) e protocola (mais) uma moção de congratulações. Desta vez ao deputado Roberto Salum (PRB).
E porque isso é espantoso?
Nesta semana também foi pauta aqui neste mesmo espaço que Roberto Salum enfrentou e ameaçou o secretario de segurança Gabriel Castanheira. Como é de conhecimento público, Castanheira e Probst, quando se esbarram, sai faísca. Também já foi publicado aqui a vez em que eles se estranharam durante uma sessão, deixando o clima tenso na casa legislativa.
Depois disso, acho que você, leitor, já entendeu. A moção de congratulações, protocolada nesta quarta-feira, 13 de dezembro, pode ser nada mais que provocação ao arqui-inimigo do proponente.
Mais uma vez, a função pública, que devia ser exercida em favor da coletividade, sendo subutilizada e supostamente usada para fins de intrigas pessoais.
Justificativa e votação
“A justificativa está exposta”, respondeu Probst ao questionamento de Marcelo Achutti (PP) se a moção era para promover uma troca de farpas, durante a sessão desta quarta-feira, 13. Mas é difícil de acreditar que seja apenas uma coincidência, sem que tenha sido no mínimo uma ocasião oportuna de promover o desaforo ao adversário, já que a posse do deputado suplente homenageado ocorreu há um mês, sem que ele resida ou sequer tenha realizado algo pela comunidade balneocamboriuense.
O projeto foi aprovado com 13 votos. Marcos Kurtz (PMDB), Marcelo Achutti (PP), Lucas Gottardo (PSB) e David La Barrica (PSB) foram ao banheiro durante a votação, sendo que – principalmente os dois últimos – possivelmente se ausentaram para não ter que rejeitar nem aprovar a zoeira, digo, moção.
A moção pode ser lida na íntegra abaixo: