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Pré-campanha termina com ataques coordenados: prelúdio de uma guerra eleitoral suja

Campanha de desmoralização marca o período pré-eleitoral em Balneário Camboriú

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O período pré-eleitoral, que se encerra nesta quinta-feira, 15 de agosto, deu uma amostra preocupante do nível de degradação do debate público. A partir de sexta-feira, 16, começa oficialmente a propaganda eleitoral, mas, ao que tudo indica, estamos prestes a assistir a uma batalha suja, marcada por ataques pessoais, campanhas de desmoralização e tentativas de silenciamento, não apenas entre os candidatos, mas também contra aqueles que se atrevem a informar e analisar criticamente o cenário político.

Quem participa de grupos de política na cidade já se acostumou com a artilharia pesada disparada por seguidores fanáticos. Candidatos, é claro, estão sempre na mira – faz parte do jogo. Mas quando as balas começam a atingir alvos fora do campo político, é sinal de mudança de foco. E quando o alvo é um jornalista, a mensagem é clara: alguém está incomodando e precisa ser silenciado.

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É exatamente isso que está acontecendo com o portal Click Camboriú, que, de repente, se viu no centro de uma campanha orquestrada para desmoralizá-lo. Tudo começou quando Juliana Pavan levou à Justiça Eleitoral a denúncia de um meme que, segundo ela, a difamava. O meme, na realidade, não passava de uma peça de humor político, algo comum em tempos de campanha, e a própria Justiça confirmou que não havia ali ofensa alguma. Irritada com a repercussão do caso na imprensa, Juliana Pavan atacou diretamente os veículos que noticiaram o episódio, acusando-os de irresponsabilidade e insinuando que a cobertura desfavorável fazia parte de uma estratégia de seus adversários políticos.

Esse ataque foi apenas o primeiro de uma série que estava por vir. A gota d’água parece ter sido uma análise publicada pelo Click Camboriú, na qual se questionava a postura da filha do ex-prefeito Leonel Pavan, que parecia disposta a vencer a qualquer custo, reunindo partidos e firmando acordos a torto e a direito. A reação foi imediata: os apoiadores de Juliana Pavan passaram a divulgar massivamente uma tabela que mostrava quanto o portal teria recebido da prefeitura em publicidade nos últimos 20 meses. A narrativa era óbvia: o portal estaria “vendido” ao grupo político rival, recebendo favores em troca de apoio.

O que não foi mencionado pelos disseminadores dessa narrativa é que os valores divulgados são brutos, não refletem os montantes efetivamente repassados aos veículos, e que a escolha de fornecedores de publicidade segue critérios técnicos e de audiência, não de alianças políticas. Além disso, omitiram-se os valores recebidos por outros grandes veículos de comunicação, como o Diarinho, o Grupo ND e a Rádio Menina, entre outros. A escolha de esconder esses dados não é acidental: divulgar esses números completos colocaria em xeque a narrativa que pretendem impor.

O Click Camboriú, em uma tentativa de trazer transparência para o debate, solicitou à prefeitura um relatório detalhado dos valores pagos a todos os veículos de comunicação nos últimos oito anos. Até o momento, essa solicitação não foi atendida, e a resposta parece depender da mesma agência que, ironicamente, está envolvida na campanha de Juliana Pavan. Enquanto isso, os detratores ganham tempo para continuar espalhando inverdades e distorções sobre o portal.

Um dos principais difusores dessa narrativa distorcida é a página enviesada “mumu mil grau”, que chegou a publicar: “Olha quanto as mídias receberam da prefeitura. Adivinha quem vai pagar essa conta? Exatamente! Vamos ser inteligente (sic), meu povo. O cara já faturou mais de 100k. Pior cego é o que não quer enxergar, vai sair caro pra população!” E não pararam por aí: em outra publicação, a mesma página afirmava que “essa matéria saiu caro. A comunidade precisa se atentar às publicações de páginas tendenciosas, os melancias. Estão investindo pesado para ludibriar o povo, que está mais atento do que nunca!”

A ironia dessa situação é que os acusadores parecem acreditar que descobriram a pólvora ao perceberem que a prefeitura investe em publicidade – algo que, de fato, sempre foi público e notório. O que precisa ficar claro é que ser fornecedor de serviços para o governo municipal não implica em apoio político ou favorecimento eleitoral. A escolha de um veículo de comunicação para veicular publicidade institucional deve se basear em critérios objetivos, como alcance e credibilidade, e não em preferências partidárias.

A campanha de desmoralização não vai parar por aqui. Índios e caciques vasculham a vida alheia em busca de qualquer coisa que possa ser usada para suas flechadas de descrédito e intimidação. Até cortes de podcasts fora de contexto estão sendo jogados na fogueira.

A verdade é que, quando se é atacado de forma tão visceral, é porque se está tocando em feridas. Mas uma coisa é certa: o Click Camboriú tem todo o direito de fazer suas análises e críticas, mesmo que estas incomodem. Liberdade de expressão e de imprensa são pilares da democracia que não podem ser sacrificados no altar das vaidades eleitorais.

Quando jornalistas e veículos de comunicação são alvos de campanhas coordenadas de desmoralização, o que está em jogo não é apenas a reputação de um portal, mas o direito de todos os cidadãos a serem informados de maneira justa. E isso é algo que todos devemos defender, independentemente de posições políticas.

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