A publicação abaixo foi feita pelo escritor e historiador Isaque de Borba Corrêa, e contém informações curiosíssimas sobre Balneário Camboriú:
Pontal Norte não existe. É bairro dos Pioneiros, e suas ruas são compostas por nomes de cidadão e não de entidades, portanto, Estrada da Rainha é uma aberração.
Praia do Coco Não existe. É Praia do Buraco, já faz centenas de anos.
Barra Sul não existe. O que existe é Bairro da Barra e o Pontal da Praia. Cada um numa margem do Rio Camboriú.
Canal do Marambaia também é um apelido feio e depreciativo. Canal é de esgoto. Sempre se chamou ‘Lagoa do Canto’ a vida toda. Era linda, grande, azul, cheia de ilhas e peixes. Era uma lagoa confinada e sua foz saía na Praça Tamandaré. Depois devidamente aterrada e estrangulada, por esses ‘amantes’ da cidade, a alternativa foi escoar suas águas pelo lado norte.
Resgate e cultive a história ao invés de assassiná-la!
Projeto para oficializar o nome “Estrada da Rainha”
A revolta de Isaque com quem não respeita a história de Balneário Camboriú acendeu após o vereador Teco protocolar na Câmara de Vereadores, um projeto para oficializar a Av. Ruy Barbosa como Estrada da Rainha.
Segue abaixo outro texto do historiador, que criticou o projetou e o chamou de “aberração” e “porcaria que não edifica nada”:
“Está na pauta para ser aprovada na Câmara Municipal de vereadores, mais uma aberração. Trata-se de oficializar o nome de “Estrada da Rainha”. Estrada da Rainha é mais uma aberração tipo Praia do Coco – Beco do Brooklim – Pontal Norte – Canal do Marambaia. Vai um maconheiro lá e dá o nome de Praia de Coco e a prefeitura bota uma placa mostrando na Avenida Atlântica a aberração da Praia de Coco em detrimento à Praia do Buraco, consignado nos mapas mais antigos que temos. Uma falta de respeito à história, ao povo nativo que passou a vida toda como um nome e agora vem alguém sem conhecimento da história, da cultura e denominada com um nome esdrúxulo o lugar comum, como se isso fosse um favor uma graça.
Gastaram tempo, energia e dinheiro pra encontrar um erro. Ao invés de corrigi-lo, o consagraram. Nem quero dar nome a isso! Será que é tão difícil entender que numa cidade em que as ruas são denominadas dentro de um conceito regido pelo nome do bairro? Conforme o nome do bairro são as ruas? Bairro Pioneiros leva nome de pessoas e não de uma entidade abstrata!
Se essa aberração fosse no Bairro Vila Real, até dava pra engolir. Que desgraça de “rainha” é essa ? Já embranqueci minhas barbas nesse lugar e nunca ouvi falar disso! Agora me vem pessoas de fora, criam os nomes que querem e um monte de nativos nutellas, sem sangue, sem nervos, sem testosterona, assistem pacíficos sem reação. Onde está a cultura em história desses vereadores que tanto amam a nossa história e a nossa cidade quando são candidatos?
Espero que lá dentro tenha um vereador, raiz, com um pouquinho de amor à terra, à nossa história, que gaste um tempinho com uma coisa útil e analise o básico: No bairro pioneiros o nome deva ser de pessoas. Aquele morro é lugar sagrado. Foi ali que se juntaram as duas únicas concessões oficiais de sesmaria: a de Baltazhar e Silvestre Coelho. Está no texto da “Carta Imperial de concessão” a exigência que o senhor Baltazhar Pinto Corrêa, deixasse um caminho de acesso na testada de seu terreno e não impedisse o acesso ao Rio, nem ao mar. Seria por isso que escrituras antigas tratam esse caminho de Caminho do Corrêa?
É o caminho mais antigo da cidade. Feito por um Pioneiro, com ordens expressas de fundar no distrito uma vila. Está no texto ai anexo. Com um pouquinho de gosto pela história, já teria ai o suficiente argumento para homenagear o autor do caminho e não essa entidade ignorada. Se fosse o nome de uma pessoa qualquer, eu dificilmente contestaria, mas essa droga de rainha é um nojo. Se se tratar da Carlota Joaquina, como ela mesma dizia – que se vá pros quintos de los infiernos!
Todo vereador gosta de fazer uma média com as famílias, botar o nome de parentes numa rua. O Vereador Teco gasta tempo e energia para denominar um logradouro de forma abstrata e errada. Perdeu a oportunidade de homenagear uma pessoa histórica, honrar uma família, com uma porcaria que não edifica nada.”