Mesmo que haja aqueles que desmerecem o poder que a TV aberta ainda exerce sobre a sociedade – que ela perdeu força para internet e que já não é mais a principal fonte de informação da massa – o poder público não deu totalmente as costas para as emissoras de televisão como se pensa os críticos da mídia tradicional.
Ontem, por exemplo, foi a vez de Carlos Massa, o Ratinho, entrevistar o presidente da república para falar da Reforma da Previdência e outros assuntos da agenda do governo federal.
Em tom chapa-branca, Ratinho embolsou nada mais, nada menos que R$ 268.500 para conduzir uma entrevista com Jair Bolsonaro de aproximadamente uma hora de duração no quadro “Dois Dedos de Prosa” – de acordo com Veja.
A prática de pagar para dar entrevistas é mais comum que o público leigo acredita no meio televisivo e radiofônico.
É de praxe, por exemplo, empresários de artistas que estão em começo de carreira apelarem para o famoso “jabá” (espécie de propina para divulgação de uma atração em programas de rádio e TV).
Também há casos de especialistas que pagam para aparecer em programas de saúde estética ou beleza com o objetivo de divulgarem seu trabalho e atraírem mais clientes.
Em situações mais extremas, geralmente em emissoras locais, o apresentador fornece até o telefone, endereço e site do consultório do profissional para que o ouvinte/telespectador entre em contato e possa agendar uma consulta.
É a publicidade disfarçada de conteúdo.
Lucas Machado
jornalista
DRT 0006544/SC