Repercutiu
Um dos assuntos debatidos em tribuna nesta terça-feira, 12.fev.2019, na Câmara de vereadores, foi o suposto de ato de vandalismo praticado pelo vereador Lucas Gotardo (PSB), que fez marcações de tinta spray em imperfeições da ciclovia, repercutido por esta coluna.
Respondeu
Gotardo utilizou a tribuna, pela primeira vez no ano, para responder à crítica de que possivelmente estaria cometendo crime ambiental. O edil relatou que se encontrou com o suplente Chaves Junior, pois ele havia o procurado para fazer algumas marcações de sinalização na ciclofaixa da Terceira Avenida, que está em um estado deplorável e perigoso, de acordo com suas palavras. Explicou ainda que a tinta amarela foi cuidadosamente escolhida para ficar marcada sobre a pista vermelha, para que os ciclistas consigam visualizar os obstáculos. “Acabamos fazendo o registro, na boa intenção, com o único intuito de alertar o cidadão”, justificou.
Rebateu
O vereador disse, sem mencionar qual, que um veículo de comunicação o insultou. “É o tipo de notícia encomendada”, atacou. “Não tem outro sentido”, indignou-se. Lucas falou que ficou surpreso com a agilidade da publicação, feita durante a madrugada, parabenizando o veículo e desejando que com a mesma a agilidade, este e os demais veículos da imprensa, publicassem suas outras pautas. “Se ele quiser, eu dou uma resma de coisa que eu já fiz aqui”, complementou.
Se defendeu
O pessebista se defendeu dizendo que não foi crime ambiental. “Porque tá bem claro. Quando a gente faz o ato de pichação é quando a gente picha um prédio público ou um monumento público. Ali não foi. Foi com o ato de sinalizar o cidadão”, explanou. “De alguma maneira temos que nos expressar”, concluiu, dizendo que não adiantou mandar as indicações e solicitações para o executivo, pois não obteve retorno.
Finalizou
“E digo para todos vocês, para as pessoas, aquelas que se sentirem incomodadas, para os veículos de comunicação e para aquelas pessoas que muitas vezes levam essas informações para os veículos de informação, eu digo do fundo do meu coração: eu não vou parar. Me restam dois anos ainda de mandato e vocês podem ter certeza, eu vou triplicar a intensidade daqui pra frente”, concluiu.
Solidariedade
O vereador Aldemar Pereira (PSDB), vulgo “Bola”, declarou em tribuna que é solidário ao Lucas, mesmo sabendo que com isso pode apanhar na imprensa, “embora a demarcação que o senhor fez ali no chão não sirva pra muita coisa”, disse. Bola declarou que, desde 2017, quando assumiu como vereador, tem protocolado indicações pedindo a reconstrução da ciclovia da Quinta Avenida, no bairro dos Municípios e Vila Real. Em 2018, ele reeditou a indicação e pediu novamente. “O vereador Lucas Gotardo não merece o que passou hoje, pois a culpa não é dele, é do governo”, sustentou.
Não leu
Elizeu Pereira (MDB) também quis falar sobre o assunto, mas demonstrou não ter lido a coluna. “O trabalho do vereador é isso aí, é fiscalizar. É ir atrás do ‘poblema’ e mostrar pro executivo aonde é que está o ‘poblema’ na cidade”, disse, mesmo a coluna explicando que a fiscalização se faz através de indicações. “Se não vai fiscalizar, o que esse vereador está fazendo que não trabalha? E se vai fiscalizar, ele é cobrado, ele é criticado”, argumentou o vereador, que não gosta de críticas. “Não dá de entender, certas ‘pessoa’ na cidade, que ficam criticando nós aqui na casa”, indagou o vereador acusado junto a outras seis pessoas na Operação 30 Graus, que tramita em segredo de justiça. “Eu não sei o que esse povo pensa”.
Contrariou
Gelson Rodrigues, que é do mesmo partido de Lucas Gotardo, foi o único a se pronunciar sem defender a atitude do colega. “A pichação não é a melhor forma de se dizer que existe buraco, mas sim, convidar o secretário, convidar o diretor de obras, e ir até lá e demonstrar. Eu acho que fazer uma demarcação, não é o caminho”, opinou o vereador, que o tranquilizou dizendo que as ações de manutenção já vem sendo realizadas.
Generalizou
Joceli Nazari (PPS) aproveitou o momento para tirar o dele da reta, e trouxe uma situação sobre a publicação de um site qualquer, que disse que vereador usou dinheiro público para fazer uma viagem a Brasília. Nazari acabou misturando os assuntos, dando a entender para os ouvintes mais descuidados, que as publicações foram feitas pelo mesmo site. “Essas mídias que simplesmente querem se autopromover, achando que vão levar ibope”, julgou, colocando o Click Camboriú no mesmo bolo. “Passei por isso semana passada, aonde, um certo site colocou lá, uma foto minha, que estava lá em Brasília, e ainda botou no hashtag #nossodinheiropagaoluxodetodos, achando que eu estava lá, indo a uma viagem oficial, aonde eu fui a uma viagem particular na posse da deputada Carmen Zanotto”, explicou Nazari, que está movendo uma ação contra o site que o pautou.
Fiscalização
Em resposta ao vereador Elizeu, o jornalista que assina essa coluna, Pedro G. da Rosa, dá o título a essa publicação: “O vereador fiscaliza o executivo; a imprensa fiscaliza o vereador”. Se o vereador não fiscalizar, será cobrado. Mas se fiscalizar, alguém também o fiscalizará, e este alguém é a imprensa, principalmente. A melhor maneira de não ser criticado, é fazendo as coisas da forma correta. Nesse sentido, o recado para Lucas são os votos de que ele realmente consiga triplicar sua intensidade nos próximos dois anos de mandato. Ninguém quer que ele pare. Mas aqui estaremos observando e criticando, se necessário for. Sobre publicar suas pautas, o e-mail da redação está aberto. E sobre a acusação de que a notícia foi encomendada, é coisa de quem não aceita críticas, nem o contraditório. Por favor… Nem todo jornalista é pautado sob encomendas.