Enquanto o município de Taió é tragado pelas águas em uma das piores enchentes de sua história, parece que a festa não pode parar em Blumenau. Em uma chocante demonstração de insensibilidade e prioridades distorcidas, o prefeito de Blumenau, Mario Hildebrandt, surge como o vilão insensível desta triste narrativa.
Ao invés de demonstrar solidariedade genuína ou propor ações concretas para auxiliar os desesperados cidadãos de Taió, o prefeito optou por defender a Oktoberfest, uma festividade importante, é verdade, mas que contrasta absurdamente com o cenário de devastação em partes do estado. “E eu lamento muito pelo que estão passando, mas não posso ignorar 6 mil pessoas que dependem da Oktoberfest para seu sustento”, declarou ele, de forma quase desdenhosa.
E, enquanto Taió enfrenta a devastação, a Oktoberfest segue. Não seria este o momento ideal para uma cidade que já sofreu nas mãos da natureza se unir em solidariedade a outra que está vivenciando o mesmo terror? Em vez disso, Hildebrandt propõe uma campanha de arrecadação dentro da festa, uma atitude que, embora louvável, não substitui a urgente necessidade de ações diretas e significativas.
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O desafio que este episódio nos apresenta é reflexivo e profundamente provocativo: até onde vai nossa empatia? É justo priorizar a festa e a economia de uma cidade em detrimento do desespero e do sofrimento de outra? Hoje, enquanto a música toca em Blumenau, Taió chora e clama por ajuda.
Que tipo de sociedade queremos ser? Aquela que dança enquanto os vizinhos se afogam, ou aquela que pausa a música para estender a mão àqueles que mais precisam?