O show gratuito do Armandinho é o grande presente para os itajaienses nesta comemoração do aniversário dos 151 anos da cidade. Armandinho, que mora em Itajaí, é o cantor brasileiro mais famoso da “surf-music” e vai animar os itajaienses com repertório que inclui seus maiores sucessos como Desenho de Deus, Semente, Desejos do Mar e Amor de Primavera.
O espetáculo que começa às 22 horas, na Praça Genésio Miranda Lins, na Beira-Rio. “Tenho certeza que com a emoção de cantar as minhas principais canções e mais a participação do público de Itajaí, poderemos criar um momento que vai eternizar e mostrar a força dessa terra e gente maravilhosa”, comenta o cantor, que há 10 anos mora na Praia Brava, em Itajaí.
Biografia – Nascido de pai gaúcho e mãe de Santa Rosa (RS), Armandinho ouviu de tudo um pouco, desde criança. O pai, com quem conviveu pouco, tocava MPB no violão e cantava muito bem. Sua mãe comprava um disco por mês, de Vinícius de Moraes a Rita Lee, e foi sua grande incentivadora. ‘Foi minha mãe quem me colocou na aula de violão, aos 8 anos. Devo muito a ela por ter me proporcionado coisas úteis, não coisas fúteis’, conta Armando. Com a avó, aprendeu a gostar dos artistas populares dos programas da rádio Farroupilha AM. O padastro, um ‘gauchão bem tradicional’, ouvia música regional, incluindo os argentinos Mercedes Sosa e Ariel Ramires. ‘Aprendi desde cedo a conviver com vários tipos de som. É claro que o meu gosto pessoal entrou na história, mas acho que essas influências continuam presentes, de alguma maneira’, completa.
Formou a primeira banda ainda nos tempos de estudante, em 85, com colegas também moleques. Com 12 anos, Armandinho já compunha e sua primeira canção a estourar nas rádios anos depois foi escrita nessa época, “Sexo Na Caranga”. ‘Nem sonhava em ter uma caranga, muito menos sabia o que era sexo, mas já imaginava como seria’, brinca Armando. Teve a ‘fase Beatles’, a ‘fase Rolling Stones’ e uma idolatria por Elvis Presley que lhe rendeu o primeiro e doloroso contato com a morte: ‘Me lembro quando o Cid Moreira anunciou a morte do Elvis no Jornal Nacional, eu tinha sete anos e foi um choque pra mim!’, conta.
Mas foi na MPB e nos ‘bares da vida’ que Armandinho moldou seu caminho. ‘MPB e reggae brasileiro, sempre foi esse o meu lance. Na noite, acho que toquei quase todas as canções do Djavan! A gente pegava canções da MPB e fazia novos arranjos na levada reggae e a coisa foi dando certo. Acabamos inventando uma batida de viola que virou febre nos bares de Porto Alegre há seis, sete anos atrás’.
O divisor de águas entre a noite e o sucesso radiofônico foi uma fita cassete com dez canções, entregue ao diretor da Rádio Atlântida, braço da poderosa Rede RBS, da qual o selo Orbit também faz parte. ‘O Gerson Pont escolheu a música “Folha de Bananeira”, que eu compus moleque, e botou pra tocar. Bombou na hora’, lembra Armandinho. ‘Depois, foi a vez de “Rosa Norte”, bombou de novo’.
O projeto, que sai em 2006 pela Universal Music, captura a energia do público que lotou o Rancho Maria’s e traz todos esses hits de Armandinho e sua banda, a começar pela cadenciada “Desenho de Deus” , primeiro single do álbum. O estilo pop/mpb/reggae de Armandinho está presente em canções como “Balanço da Rede”, “Justiceiro”, em levadas mais cadenciadas como “Pela Cor do Teu Olho” e “Casa do Sol”, além da inédita “Lua Nova” , entre outras canções assinadas pelo gaúcho.
Sem se preocupar com rótulos – ‘sempre que perguntam se eu sou o Armandinho do reggae, eu respondo que esse é o reggae do Armandinho’ -, ele mira o foco em seu público. ‘O meu trabalho é diversão. Quero que as pessoas fiquem felizes ao ouvir as minhas músicas. Há quem me questione por não fazer um tipo de reggae politicamente engajado, mas o meu lance não é esse. Pra mim, o reggae é um ritmo musical, acima de qualquer coisa. As minhas letras falam da minha vida, das coisas que vivo. Fui músico da noite e acho que a função da gente é divertir as pessoas que estão ali pra isso.’
Agora, é embarcar na levada de Armandinho e deixar a onda te levar…