Na noite de segunda-feira (3), o Legislativo de Balneário Camboriú foi sede da audiência pública que abordou o tema Estrada Rainha. A comunidade lotou o auditório para acompanhar de perto a explanação sobre o assunto, onde profissionais da engenharia e arquitetura, empresários envolvidos e representantes do movimento Salve a Rainha tiveram oportunidade de esclarecer suas dúvidas e apresentar suas opiniões.
”Tardiamente ou não, é preciso frisar que vivemos uma noite singular em nossa cidade, onde críticas foram feitas e opiniões foram dadas, oportunizando a todos se manifestarem”, ressaltou o prefeito Edson Renato Dias, Piriquito, ao comentar que compreendia a preocupação da comunidade, e também a necessidade das obras de contenção das encostas para a segurança de quem transita naquela localidade. ”Não queremos ficar apontado os culpados, queremos resolver o problema de modo que a nossa comunidade fique segura e o meio ambiente seja respeitado”, avaliou.
O prefeito salientou que se sentia tranquilo para falar sobre a obra em questão e os apontamentos técnicos referidos, uma vez que se faz necessário lembrar que a vegetação primária foi retirada no ano de 2005. ”Temos que nos preocupar com o meio ambiente e essa é a nossa meta de trabalho, por isso investimos expressivamente nos últimos anos em obras drenagem, rede de coleta e tratamento de esgoto, além da arborização na cidade”.
Segundo Piriquito, a seu pedido a Secretaria de Gestão em Segurança e Incolumidade Pública fez um levantamento do fluxo de tráfego naquela localidade nas últimas 12 horas que antecederam a audiência pública, onde foi contabilizado mais de seis mil veículos. ”Compreendo que a questão da duplicação ou não da via foi discutida durante a elaboração do Plano Diretor de 2006, quando eu não era prefeito. Agora precisamos centralizar nossas atenções para solucionarmos este problema de modo a oferecer maior segurança a nossa comunidade”, ponderou.
Representando a Associação Regional de Engenheiros e Arquitetos (AREA), Luís Fernando Pedroso Sales disse que independente da via ser duplicada ou não, é preciso buscar uma solução para o problema, já que é notável que a declividade do local aumenta o risco de deslizamento. ”A escavação provisória se faz necessária para a conclusão da obra. Até porque, depois de pronta, ela irá oferecer mais segurança àquela localidade. Porém, vale frisar que uma obra de contenção executada na sua parcialidade não reduz a parcial do risco, ou seja, para o local ser seguro é preciso que a obra seja concluída”, enfatizou Sales, complementando que a obra deva ser terminada para que assim se discuta o futuro.
O outro lado
Após a audiência, o cidadão Alexandre Santos questiona:
“APÓS REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA CONTINUAMOS SEM SABER: QUEM RETIROU A MATA E QUEM DA FATMA AUTORIZOU ESSE EMPREENDIMENTO????
As fotos vista no Google em abril de 2011 mostram densa mata no local, que hoje vemos que desapareceu.
O empreendedor e Secretário de Obras do Município diz não ter removido uma árvore ????O Prefeito, baseado em parecer jurídico da empresa do empreendedor e em estudo de impacto ambiental de empresas contratadas pelo empreendedor afirma que não há nenhuma irregularidade.
Não dá para entender como em uma Audiência Pública, com o objetivo de esclarecer degradação ambiental, não tenha comparecido nenhum representante da FATMA, órgão responsável pela expedição do Licenciamento Ambiental.
A apresentação realizada pela empresa que realiza o empreendimento e pelo poder municipal tem respaldo jurídico e de engenharia”.