O peixe não é o alimento mais consumido na mesa dos itajaienses, perde para a carne e para o frango. Os dados são de uma pesquisa inédita feita pela Universidade do Vale do Itajaí – Univali – e encomendada pela Secretaria Municipal de Pesca e Aquicultura de Itajaí.

A pesquisa foi feita com 1.300 pessoas, em todos os bairros de Itajaí. Durante um ano, os pesquisadores acompanharam a rotina e os hábitos alimentares das famílias. Os entrevistados foram escolhidos aleatoriamente, alguns foram abordados no momento em que compravam no caminhão do peixe. Depois de aceitarem participar da pesquisa, os voluntários ganharam um caderno e, uma vez por semana, passaram a anotar todos os alimentos que haviam consumido.

Segundo o relatório, 59,26% dos entrevistados responderam que consumiram peixe nos últimos 15 dias, pelo menos uma vez. O pescado mais consumido é a sardinha (15,16%). Quando o assunto é peixe enlatado, a maioria disse comer mais sardinha (7,85%).

A pesquisa ainda trouxe um dado preocupante, entre as crianças que participaram da pesquisa, apenas 11,17% disseram comer pescado, sendo que 10,81% consomem mais camarão. O índice baixo preocupa o setor, que já estuda formas de garantir o futuro da atividade pesqueira e também estimular mais o consumo em Itajaí. “Essa informação nos faz pensar que precisamos fazer projetos para estimular mais as crianças a comer peixe, talvez colocando esse alimento novamente na merenda escolar”, explica o secretário Municipal de Pesca e Aquicultura de Itajaí, Agostinho Peruzzo.

O tema foi debatido no 1ª Seminário “Novos Rumos para a Pesca Profissional”, que termina nesta quarta-feira (24) no Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região. A mesma pesquisa poderá originar um novo projeto social na região, um selo de qualidade do pescado.

“Pensamos em elaborar um selo de qualidade. O projeto iria certificar as empresas que tem boas práticas de segurança, que trabalham na legalidade e que respeitam o meio ambiente. Este selo iria representar toda a região da Foz do Rio Itajaí Açu e quem consumisse esse pescado em outra região do país, por exemplo, teria a certeza de que se trata de um produto de qualidade”, afirma Peruzzo.