O Porto de Itajaí voltará a ser a potência econômica de Santa Catarina. Na manhã desta terça-feira (11), foi assinada a ordem de serviço para conclusão das obras de realinhamento e reforço do berço 3, que deverá ser entregue até novembro, e retomada dos trabalhos no berço 4, com término previsto para maio de 2018.
Com 90% da obra concluída e paralisada desde maio de 2016, os reflexos positivos da conclusão do berço 3 poderão ser vistos desde a execução da obra. Serão contratados cerca de 100 trabalhadores da mão de obra local para dar andamento à obra. A jornada de trabalho será de segunda a sexta-feira, sendo que as atividades deverão iniciar nos próximos 30 dias pela empreiteira responsável pelo contrato, a Serveng Engenharia.
Além da imediata geração de empregos, o superintendente do Porto de Itajaí, Marcelo Werner Salles, ressalta que toda a cadeia portuária, logística e do comércio exterior é diretamente beneficiada com as obras, uma vez que o porto terá condições de receber mais atracações. “Este é um dia que merece ser celebrado, pois em apenas seis meses conquistamos os recursos para essa tão esperada e importante obra para a economia de Itajaí e de Santa Catarina”, destaca.
Com a liberação dos R$ 18,8 milhões pela Secretaria Nacional de Portos do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação, a primeira ação a ser desempenhada é a reforma de 10 defensas e 10 cabeças existentes, cuja finalidade é de absorver o impacto das embarcações na estrutura de concreto do costado, no momento das atracações e desatracações. Esta etapa dos trabalhos também contempla a fabricação de 150 metros cúbicos de concreto de paramentos pré-moldados.
Para execução dos serviços, serão utilizados dois flutuantes, um rebocador, um guindaste 250 toneladas e um guindaste de 75 toneladas. No período de 120 dias também serão realizados estudos de perfuração de lajes no berço 4.
O berço 4 está com aproximadamente 50% da concluída. Além da falta de recursos do governo Federal, outro agravante impossibilitou a continuidade das obras: lajes de concreto armado, com cerca de 40 centímetros de espessura, foram encontradas submersas fruto do desmoronamento que ocorreu na década de 1980. De acordo com a empreiteira, as lajes não podem ser retiradas e é necessária a realização de testes de perfuração para que se garanta a sustentação e a conclusão do berço 4.
O berço 3 tem em sua margem 210 metros de comprimento e o berço 4 segue um traçado retilíneo de 280 metros, totalizando 490 metros de cais.
Avanços portuários
Dragagem, bacia de evolução e linha asiática. Esse tripé, juntamente com a conclusão das obras nos berços, forma a potência motriz que desde o início do ano tem impulsionado a atividade portuária em Itajaí.
“O Porto é o coração da nossa cidade e da nossa economia. Hoje é um dia de muita alegria porque vivemos um excelente momento com a recuperação das forças do Porto de Itajaí. Neste curto espaço de tempo, temos trabalhado muito para que todo o município seja beneficiado com um porto forte”, reforçou o prefeito Volnei Morastoni durante a assinatura da ordem de serviço das obras dos berços 3 e 4.
Em maio, a draga chinesa Xin Hai Niu iniciou o desassoreamento do Rio Itajaí-açu para restabelecer a profundidade de 14 metros. Até outubro, serão dragados cerca de quatro milhões de metros cúbicos de entulhos para recuperar o calado perdido durante as fortes chuvas de 2015.
Com a conclusão da nova bacia de evolução, cujas obras da primeira etapa seguem em ritmo acelerado, será possível receber navios com até 366 metros – sendo que hoje o limite é de 306. O empreendimento representa um grande avanço de competitividade para o Porto de Itajaí e demais terminais que compõem o Complexo Portuário.
O movimento de contêineres no porto de Itajaí também deve crescer cerca de 20% com a retomada das operações da Linha Ásia no cais operado pela APM Terminals. O volume pode chegar a quatro mil unidades a partir de abril do ano que vem, segundo estatística divulgada pela Autoridade Portuária. A linha de serviço estará em atividade na margem direita do porto público com 13 navios porta-contêineres dos armadores Hapag Lloyd, NYK, Hamburg Sud, ZIM, UASC e HMM. As rotas passam pela Costa Leste da América do Sul, Malásia, Singapura, China e Coréia do Sul. Os serviços haviam sido paralisados há cerca de dois anos. A primeira atracação está prevista para o dia 9 de setembro.