José do Belmiro aponta com muita felicidade para o número 4395, na Estrada Geral do Bairro Sertão do Trombudo, em Itapema. Até pouco tempo atrás, Seu Zé, como é conhecido pela comunidade local, tinha um lugar para morar, mas em péssimas condições e que oferecia risco a sua saúde. Graças à mobilização entre voluntários, moradores do Sertão, da Epagri, do Projeto Microbacias – ADM Rio Perequê e da Prefeitura de Itapema, Seu Zé agora tem uma casa digna de ser chamada de lar.
O Prefeito Sabino Bussanello, junto com a Vice Maria Luci da Silva, entregou a chave da nova casa para José do Belmiro na tarde de quarta (2), em uma confraternização com todos os envolvidos na obra. A construção da casa foi uma iniciativa popular, que arrecadou os fundos e os materiais, e contou com o apoio da Prefeitura de Itapema, através da doação de mão de obra e recursos humanos.
O aposentado Isaías José Nicolau é morador do Sertão do Trombudo e ficou emocionado durante a entrega, pois acompanha o caso do Seu Zé desde sua infância. “Meu pai, José Adriano Nicolau, era o dono da terra que o Zé vive até hoje. O pai do Zé chegou e começou a morar aqui, desde então ele faz parte de nossa comunidade”, conta. Isaías explica que Seu Zé tem problemas com ataques nervosos e mora junto com um sobrinho, que tem problemas de fala – por isso é conhecido como “Mudinho” na localidade. “Os dois ganharam um lugar digno para morar porque passam muitas necessidades e são queridos pela comunidade. Isso aconteceu graças a todos os amigos e a ajuda do Prefeito Sabino e da Vice Luci”, explica.
O terreno que a casa de José do Belmiro foi construída pertence hoje oficialmente ao aposentado Dionízio Travessini. “O Seu Zé merece ficar com esse pedacinho de terra, já que ele estava aqui antes de eu comprá-lo. Tem bastante terra e esse chão não vai me fazer falta. Afinal, não vou levar nada quando morrer e é bom ajudar as pessoas da nossa comunidade”, conta. Dionízio ainda conduziu uma oração com os presentes e uma benção para o novo lar do Seu Zé.
O Prefeito parabenizou o movimento popular e a união dos moradores do Sertão do Trombudo. “Seu Zé agora tem o direito de uma boa moradia. Muitas pessoas no Brasil não podem nem receber uma carta, por não terem um endereço oficial. É fundamental que todas as comunidades tenham esse espírito de união e fraternidade”, completa.
Enquanto todos lembravam histórias de Seu Zé e da construção, o anfitrião circulava alegremente entre os presentes que visitavam sua nova casa. O número na parede do lar representa mais que um endereço para Seu Zé, é o símbolo de dignidade, que ele pertence a um lugar e é querido por seus vizinhos que ajudaram a reeguer seu lar.