Desde o início da pandemia a Escola de Cães-guia Helen Keller tem passado por sérias crises financeiras, mas esse ano, a situação se agravou muito. “Vivemos somente de doações e com a COVID, muitas empresas que contribuíam para manter a escola pararam de doar, e isso tem agravado cada dia mais nossa situação, precisamos urgentemente de apoiadores e empresas que patrocinem a HKeller”, fala Renato de Paula, que recentemente tomou posse como novo diretor de marketing da HKeller.
De acordo com a administração a HKeller tem um custo mensal fixo de aproximadamente R$ 45.000,00, sendo ele a folha de pagamento dos funcionários, despesas com veterinários, remédios e exames, e demais custos como água, luz, combustível etc.
Para sanar os problemas financeiros a escola pede o apoio de empresas e pessoas físicas que queiram colaborar mensalmente. “Vale lembrar que as doações das empresas de lucro real, podem ser deduzidas do imposto de renda. Mas o importante é colaborar, afinal, quanto vale a visão, a autonomia e a inclusão?”, ressalta Renato.
A Escola de Cães Guias Helen Keller é a única da América Latina membro da Federação Internacional de Cães Guias, garantindo que os cães HKELLER sejam graduados por meio de técnicas, que observam a comunhão do bem-estar dos cães, com os da equipe e clientes.
A HKeller e o Cão Guia no Brasil
A Escola de Cães Guias Helen Keller possui um programa genético que já está na sua quarta geração de cães, com assertividade de 90%. Este resultado elegeu a instituição para desenvolver tecnicamente o Projeto Cão Guia, do Governo Federal, entregando ao longo de três anos de seu trabalho, dentro deste projeto, 16 duplas (pessoa cega/cão guia).
O investimento para um cão HKELLER
O investimento na formação de um cão HKELLER atinge cifras que giram em torno de 80 mil reais, durante o período de 2 anos, desde a reprodução até a formação da dupla cão/cliente. Mas não se trata de custo e sim de qualidade de vida, autoconfiança e autonomia da pessoa cega, afinal, é impossível medir o valor da visão para o ser humano e os depoimentos deles asseguram que tiveram suas vidas impactadas positivamente, com a companhia dos cães guias que receberam da escola.
Atualmente são mais de 2 mil inscritos para receberem um cão-guia gratuitamente. Para manter seu funcionamento e ampliar a formação de instrutores e de cães para guiar as pessoas cegas, a Helen Keller depende do apoio da população.
A Escola de Cães Guias Helen Keller conta apenas com o apoio da sociedade civil e da iniciativa privada para prover os recursos necessários, tais como manutenção de sua estrutura física, pagamento de seus colaboradores, prestação dos serviços de acompanhamento, tanto dos cegos como de nossos voluntários socializadores; e tão importante quanto, a manutenção do bem-estar dos cães.
O planejamento da escola é formar 24 cães HKeller por ano, procurando assim, atender e ampliar a entrega de cães às pessoas cegas ou baixa visão de forma gratuita. E ainda elaborar e implementar o plano pedagógico contextualizado para formação de técnicos treinadores de cães-guias; escola de uso de bengala articulada e escola de braile; e a construção do Centro Veterinário HKeller com ampliação da estrutura física e sustentabilidade financeira.
Helen Keller cresce mesmo com a crise e pandemia
Mesmo com a pandemia que está assolando a todos, e com a redução dos apoios financeiros recorrentes, a Escola Helen Keller cresceu no último ano, aumentou a entrega de cães, a equipe técnica e pretende expandir ainda mais sua atuação. “A HKeller cresceu, esse ano iremos entregar 12 cães-guias, antigamente eram 4. Aumentamos nosso número de profissionais, hoje temos 3 treinadores e mais 5 no suporte técnico e administrativo. E nossos planos são de continuar crescendo e entregando cada vez mais autonomia a pessoa cega ou com baixa visão. A pandemia nos prejudicou bastante, somos uma entidade que vive de doações e elas caíram muito, por isso precisamos da ajuda e colaboração de toda a sociedade. Vale ressaltar que o cego recebe o cão-guia de forma gratuita”, esclarece o diretor de marketing.
No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, existem mais de 6,5 milhões de pessoas com cegos ou baixa visão
Segundo o IBGE, em 2010, existem 14.727 pessoas cegas totais e 174.550 pessoas com baixa visão, no estado de Santa Catarina.
A Microrregião da Foz do Rio Itajaí́, que segundo dados da Associação de Deficientes Visuais de Itajaí́ e Região – ADVIR, em seus registros de 2017, existem 613, pessoas cegas ou com baixa visão.
Vale ressaltar que, esses dados referem-se apenas às pessoas cadastradas na ADVIR, o que não significa a realidade do número de pessoas cegas ou baixa visão, uma vez que nem todas as pessoas com esta situação estão inscritas nesta Associação.
Para quem quiser doar para a escola, atualmente são 4 canais disponíveis: QR Code, E-mail: ajude@caoguia.org.br e celular 47 99712 0986, que é o pix da escola.