O ano começou mal para o porto que coleciona recordes em movimentação de cargas e está entre os principais do Brasil. O Porto de Itajaí inicia 2015 com a imagem afetada pela paralisação dos pescadores de Santa Catarina. Uma manifestação que fechou o canal de acesso, impedindo a entrada e saída de navios por quase dois dias.
Se não bastasse o problema de imagem no mercado, os usuários estão preocupados com a oscilação nos reajustes tarifários do terminal, que é arrendado pela APM Terminals. Foram dois aumentos no preço da tarifa portuária no ano passado, o que surpreendeu empresários que têm suas mercadorias exportadas ou importadas pelo Porto de Itajaí. Em 2014, em apenas um ano, um dos serviços teve o preço reajustado em mais de 100%.
O novo aumento, que começou a vigorar neste mês, é praticado em cima de cada procedimento feito no contêiner que chega ao porto. Reajustes que afetam, por exemplo, a coleta de carga ou abertura do lacre. Este último serviço teve o valor reajustado em 70%, ficando com um custo 95 % mais alto do que em Navegantes.
A ameaça para o Porto de Itajaí está na perda de competitividade. As tarifas cobradas no terminal acabam sendo, em média, 30% mais caras do que seu mais próximo concorrente: o Porto de Navegantes. “Se você tem duas padarias, uma em frente à outra, e as duas oferecem o produto com uma diferença de preços, você procura a que têm um preço mais atrativo. Essa é a lógica do mercado. Esse fator pode explicar porque, hoje, o Porto de Navegantes está atraindo cada vez mais navios. Além disso, o terminal de Navegantes oferece mais agilidade na movimentação das mercadorias”, explica o presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado de Santa Catarina (Sindaesc), Marcello Petrelli.