A Secretaria do Meio Ambiente (SEMAM) de Balneário Camboriú e a Univali começarão a estudar, nesta sexta-feira (26), as colônias de diatomáceas e briozoários, organismos marinhos exóticos que aparecem na Praia Central.
Por meio de uma parceria entre a Prefeitura e a Universidade, o Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar (CTTMar) utilizará um Trenó Oceanográfico de Reboque (TOR), que é uma espécie de equipamento de filmagem submarina, desenvolvido na Univali e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). O TOR será usado com auxílio de uma embarcação de pesca artesanal e irá registrar imagens do fundo do mar e do Rio Camboriú. Os pesquisadores iniciarão o trabalho às 8h, com saída da Marina Camboriú. Serão quatro horas de navegação.
De acordo com a diretora de Desenvolvimento Ambiental da SEMAM, Maria Heloisa Furtado Lenzi, a intenção é identificar onde os organismos marinhos estão e estudar alternativas para eliminá-los.
As arribadas de diatomáceas e briozoários (quando os organismos marinhos surgem na praia) foram vistas pela primeira vez em Balneário Camboriú em 2004. Ainda não se sabe o que causou o surgimento desses organismos, que não são nativos das praias da região. Segundo Maria Heloisa, a suspeita é de que eles tenham chegado ao litoral na água de lastro dos navios. Com as filmagens, a SEMAM espera identificar em quais pontos as colônias estão fixadas. Quando surgem na praia, os organismos estão desprendidos das colônias e mortos. Eles não causam problemas à saúde. No entanto, geram mau cheiro e, por isso, são recolhidos pela Empresa Ambiental.
Saiba mais*
O material que chega, às vezes, na Praia Central é composto por algas diatomáceas e por briozoários. As algas formam de 80% a 90% da biomassa total no inverno e primavera, sendo que essa proporção se inverte no verão e outono, quando a proporção de briozoários é bem superior que a de algas.
Diatomáceas
Algas, as diatomáceas são organismos unicelulares que ocorrem na água doce, nos mares e também nos solos úmidos, podendo formar cadeias ou colônias simples. As comunidades de diatomáceas são usadas como uma ferramenta para monitorar as condições ambientais e em estudos da qualidade da água. Apesar de serem geralmente microscópicas, algumas espécies podem alcançar um tamanho de até 2 milímetros.
Briozoários
Os briozoários são animais invertebrados aquáticos que formam colônias, que constituídas por um conjunto de organismos que individualmente não podem ser vistos a olho nu. O grupo apresenta uma grande diversidade de formas e habitat, atingindo centímetros ou poucos milímetros de comprimento. Os briozoários estão entre os seis grupos de invertebrados amplamente relatados como invasores/introduzidos em ambientes marinhos.
*Fonte: SEMAM