A equipe da SC Transplantes e a Secretaria de Estado da Saúde estão otimistas com relação ao número de doações de órgãos e tecidos no estado. Santa Catarina lidera o ranking do Brasil.
Segundo o Registro Brasileiro de Transplantes, o Estado está em primeiro lugar com base no número de doadores efetivos por milhão de população, entre janeiro e março de 2015. Para tentar contribuir no índice, o Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen realiza o cadastro de doadores de medula óssea de toda a região.
Em todo 2014 o Hospital Marieta cadastrou 317 doadores de medula óssea. Foram 241 só no primeiro semestre. Já neste ano, a procura ainda está baixa, com apenas 51 candidatos. O trabalho da equipe de saúde agora é divulgar o cadastro, para que o número de voluntários aumente. Para os pacientes portadores de leucemia ou de outras doenças do sangue que precisam do transplante, a única esperança é encontrar um doador.
Os interessados em fazer o cadastro devem procurar a recepção do Hospital Marieta, de segunda a sexta no período da tarde, entre 14h e 16h30min. O futuro voluntário será encaminhado para a Agência Transfusional. É preciso levar carteira de identidade e, quem tiver, o Cartão Nacional de Saúde. Os doadores precisam ser saudáveis e ter entre 18 e 54 anos.
Como é feito o cadastro voluntário de doadores de medula óssea:
Na Agência Transfusional do Hospital Marieta uma equipe especializada vai repassar todas as orientações sobre o procedimento.
Se a pessoa concordar, ela preencherá um cadastro e será feita a coleta de uma amostra de sangue de cerca de 4ml, para a tipagem HLA (que mostra as características genéticas essenciais para a seleção de um doador). O material é enviado para o Hemosc e todos os dados serão inseridos no cadastro do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
Biomédica responsável pela Agência Transfusional, Larissa Pucci reforça a importância da divulgação do processo de doação, já que a chance de encontrar uma medula compatível pode ser de uma em um milhão.
“Muitas pessoas possuem medo de doar, mas isso muitas vezes vem da falta de conhecimento ou mitos sobre o processo”, ressalta.
Ela comenta que um dos equívocos é pensar que a amostra seria retirada da coluna, da medula espinhal, e que qualquer erro médico poderia comprometer a saúde da pessoa.
“Na verdade, a medula usada em transplante é a óssea, que é coletada do interior dos ossos da bacia”, complementa.
Caso seja encontrado um doador compatível através do cadastro do Redome, ele será consultado sobre a possibilidade e vontade de fazer a doação. Segundo a biomédica, após 15 dias, a medula óssea do doador se recompõe.
Os números de transplantes em SC
Dados da SC Transplantes mostram que de janeiro a junho foram registradas 103 doações, enquanto no mesmo período do ano passado foram 92.
Os números revelam que a recusa familiar, no caso de pacientes com morte encefálica, tem diminuído a cada ano. Em 2007 a negativa era de 70%, enquanto hoje 35% das famílias dizem não para a doação de órgãos.
Ainda segundo a SC Transplantes, até os seis primeiros meses deste ano, 757 pessoas estavam cadastradas na lista de espera para realizar um transplante. Hoje as maiores filas são para transplantes de rins (343), córneas (229), fígado (75) e medula óssea (62).