O intenso trabalho desenvolvido pelo Município de Itajaí ao longo do ano de 2015 para o combate aos focos do mosquito Aedes aegypti começa a apresentar resultados positivos para a cidade. É o que aponta um comparativo das sete primeiras semanas deste ano com o mesmo período do ano passado. Dados oficiais da Secretaria de Saúde mostram que, em 2015, Itajaí registrou 474 casos positivos de dengue – sendo 462 contraídos dentro do município (autóctones). Já em 2016, foram 21 casos, com sete autóctones.
Além da expressiva redução no número de casos positivos, as notificações de casos suspeitos de dengue também tiveram importante diminuição no mesmo período comparado. Nas primeiras sete semanas de 2015, foram 1.292 pessoas notificadas (e destas, 474 positivas para a doença – 37% do total). E agora em 2016, foram 440 notificações (com 21 casos positivos, o que representa um percentual de 4,77% do total).
O que foi feito
Com foco em duas vertentes principais – o combate ao vetor e a assistência ao paciente, o conjunto de ações desenvolvidas em 2015 para o combate ao Aedes em Itajaí iniciou com o Decreto de Situação de Emergência e criação de um gabinete de crise em 29 de janeiro; a destinação dos recursos de R$ 400 mil que seriam aplicados no Carnaval, também no final de janeiro e a implantação da chamada “Lei da Dengue” – Lei 6.644/2015; em março.
Outras medidas adotadas foram o aumento no quadro de agentes de controle de endemais, a participação do Exército no combate (militares atuaram na cidade por quatro semanas entre junho e julho), e ao longo do ano, capacitações para toda a Rede de Atenção Básica de Saúde, para a Rede Municipal de Ensino e também em empresas e instituições.
Além disso, durante o último ano foram vários mutirões de limpeza para o recolhimento de entulhos que pudessem servir de criadouro para o mosquito (em torno de 2.500 caminhões de material recolhido pela Secretaria de Obras e Coordenadorias Regionais de Atendimento ao Cidadão). E ainda houve a promoção de campanhas educativas para a comunidade, nos chamados “Dia D” com passeatas e panfletagens em diversos bairros da cidade – foram duas ações em novembro e uma em dezembro.
“Estamos satisfeitos com a expressiva redução no número de casos de dengue este ano em comparação ao ano passado, o que comprova a eficácia das ações desenvolvidas nos últimos meses, mas de forma alguma podemos relaxar na prevenção e no combate aos focos do mosquito, que além da dengue, transmite também a chikungunya e o zika vírus”, ressalta o Prefeito Jandir Bellini.
Em consonância ao pensamento do Prefeito, o Secretário de Saúde, Osvaldo Gern destaca que a proliferação do Aedes aegypti é uma preocupação em todo o planeta, tanto que a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou, em 1º de fevereiro deste ano, situação de emergência sanitária internacional por conta da ameaça do zika vírus. “Por isso, esses números precisam servir de estímulo para que a luta continue, com a participação de toda a sociedade: poder público, empresas, entidades e instituições, pois o mosquito é um risco para qualquer pessoa, sem distinção”, finaliza.
Vistorias
Em continuidade às ações em todo o país, em 18 de novembro de 2015 o Governo Federal baixou a Portaria nº 1813, que decretou Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN). E em dezembro, o Governo do Estado implantou a Sala de Situação, um comando integrado de operações para a intensificação nas ações de prevenção e combate ao mosquito. Uma das primeiras ações foi a elaboração do Plano Estadual de Intensificação das Ações de Mobilização e Combate ao Mosquito Aedes aegypti, que começou a ser aplicado em janeiro em 28 municípios infestados, dentre eles, Itajaí.
E a primeira ação coordenada pela Sala de Situação local instituída em Itajaí foi, entre 12 de janeiro e 13 de fevereiro, a realização do ciclo inicial de vistorias rápidas nos imóveis localizados nas nove regiões infestadas do município: Cordeiros, São Vicente, Cidade Nova, São João, Barra do Rio, São Judas, Vila Operária, Centro e Fazenda.
No ciclo 01, foram vistoriados 50.391 imóveis. Outros 12.860 foram percorridos, mas estavam fechados, e por isso a vistoria não foi realizada. E em 442 imóveis houve recusa à entrada dos agentes. Ou seja, o total de imóveis percorridos pelos agentes somou 63.693. Em relação aos tipos de resíduos localizados e recolhidos pelas equipes durante as vistorias, foram 4.718 pequenos depósitos (vasos, frascos, pratos, garrafas, etc); além de 5.851 itens classificados como lixo (sucatas, entulhos, latas, etc) e ainda, 144 pneus.
Em 13 de fevereiro a cidade também teve o primeiro “Dia D” de mobilização deste ano, reunindo mais de 500 pessoas entre servidores públicos municipais e militares da Marinha do Brasil, que se engajaram na luta. E em 15 de fevereiro iniciou o segundo ciclo de vistorias rápidas nos imóveis, que, de acordo com o Plano Estadual de Ações, deve seguir até o dia 11 de março. Na sequência, estão programadas repetições bimestrais entre a segunda quinzena de março e junho de 2016.