A perda de um ente querido é sempre um momento muito difícil, e justamente neste período de dor que é preciso tomar uma decisão: doar ou não os órgãos. O Hospital Marieta, de Itajaí, é destaque quando o assunto é a captação de órgãos, tendo um dos maiores números do Estado e ficando em primeiro lugar na doação de córneas. Estes números refletem diretamente nas pessoas que estão na fila de espera e terão mais uma chance de viver com qualidade.
Para fazer essa busca pelo sim, no entanto, o atendimento aos familiares enlutados é feito com muita sensibilidade. A Comissão Intra-Hospital de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), do Hospital Marieta, conta com enfermeiros e psicóloga. A equipe passa por diversos treinamentos e capacitações para dar suporte aos familiares dos pacientes com morte cerebral.
De acordo com o enfermeiro responsável pela CIHDOTT, Grey Felipe, é preciso ter a sensibilidade em saber o momento certo para conversar com a família sobre a doação. “Primeiro é preciso que os familiares aceitem a morte, porque no caso da encefálica – que é a única que permite a doação dos órgãos no Brasil – o paciente está ligado aos aparelhos e aparentemente a pessoa ainda está viva, porém sem a atividade cerebral” explica.
O trabalho da equipe da CIHDOTT começa quando o paciente dá entrada no hospital, com o acolhimento dos familiares. Caso o quadro evolua para óbito, os familiares entendem que tudo o que podia já foi feito para salvar o paciente e, desta forma, ficam mais receptivos para doação. Segundo o último levantamento do Registro Brasileiro de Transplantes, que contabiliza de janeiro a junho deste ano, Santa Catarina é o terceiro Estado com o maior número de doações efetivas, ficando atrás apenas de São Paulo e Paraná, respectivamente. O número de doadores de órgão no Estado catarinense segue em uma crescente nos últimos anos. Em 2015 foram 203 doadores, em 2016 o número foi de 251 e em 2017 chegou a 282.
Os especialistas do Hospital Marieta reafirmam ainda que um só doador pode salvar até oito outras vidas. “Sempre conversamos com os familiares sobre como podem ajudar outras pessoas e, consecutivamente, outras famílias. Quando alguém que está na fila recebe o transplante, tem uma nova chance de viver e todos os familiares e amigos desse paciente poderão usufruir de sua companhia”. Ele reforça a importância de um potencial doador e incentiva o aviso prévio aos familiares, uma vez que a decisão antecipada pode salvar várias vidas.
Venda de camisetas ajuda o Hospital Marieta
Durante todo o Setembro Verde, que visa incentivar a doação de órgãos, a Associação Madre Teresa (entidade que reúne empresários de Itajaí na luta em favor de melhorias no Hospital Marieta), estará vendendo camisetas com a estampa “Doe Órgãos, Doe Vida”. São cerca de 260 peças para venda e cada uma custa R$ 10. Para comprar basta ir até a sede da AMT, que fica no piso térreo do Hospital Marieta (entrada pela Avenida Adolfo Konder, no Centro de Itajaí).
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