Nesta terça-feira, 21.dez.2021, o jornalista Pedro Guilherme recebeu a Secretária de Saúde de Balneário Camboriú, Leila Crocomo, e a diretora da Vigilância Epidemiológica, Adriana Ribeiro, no podcast Extra Click. O assunto discutido foi o surto de influenza em Balneário Camboriú.
Quando questionada se existe um surto de influenza em Balneário Camboriú a Secretária Leila confirmou. “Podemos dizer que existe um surto a nível de Brasil. Né? De pessoas que viajaram pra outros países. O vírus da influenza, ele transmite muito fácil, e hoje os laboratórios eles não fazem o exame específico, por isso hoje talvez tenha essa questão da gente não está identificando o vírus que está circulando, mas com certeza, a gente já pode dizer que existem pessoas doentes de influenza, mas que precisaríamos fazer alguma testagem para saber”, disse.
A Secretária também orientou que a população com sintomas de gripe procure o Centro Municipal de Acolhimento e Tratamento do Coronavírus (CMATC) da cidade. “A gripe normal é tratada com hidratação e alimentação, essa doença hoje, esse vírus circulante, é importante que as pessoas procurem sim o CMATC, porque são sintomas muito parecidos. Por isso que se fala ‘Ah é uma gripe forte’, pois os sintomas são: febre, dor no corpo, aquele estado gripal mesmo que todos conhecem. Então o paciente será testado para covid-19, uma vez dando negativo, ele será medicado para influenza”, orienta.
Leila explicou porque Balneário Camboriú não registra casos de influenza, mais especificamente da H3N2 Dawin. “Hoje o protocolo que agente segue do ministério da saúde, são para pessoas que tenham a Síndrome respiratória aguda grave (SRAG), então pessoas internadas com suspeita de influenza será tratada de acordo com sua necessidade. Então não se faz a testagem, essas testagem de laboratórios ou testagens de clinicas que circularam na internet, eles especificam que a pessoa está com influenza, A ou B, ele não é capaz de dizer se é H1N1, pois não é feita a sorotipagem. Esses teste de sorotipagem são feitos a níveis mais centrais, é recolhido o exame de pacientes que estão com SARS internados, independente do hospital que ele está aqui em Balneário, isso é nível Brasil, não é uma recomendação especifica de Balneário ou Santa Catarina, os protocolos são do Ministério e são seguidos. Então esses pacientes são feitos testes de PCR especifico para influenza e será encaminhado para o Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) e lá eles encaminham para o laboratório de referência para fazer a sorotipagem. Dai sim, após a sorotipagem o paciente é diagnosticado com o vírus em específico. E esses outros exames de influenza eles não são de notificação obrigatória, então quando a gente fala que a gente não tem nenhum registro de H3N2 em Balneário Camboriú, é por isso, porque não é feito esse exame especificamente para saber.”
A Secretária alerta para importância da população saber da existência da Influenza H3N2. “É importante manter os cuidados, é importante saber que existe um vírus a nível nacional circulando e que é importante sim todos usarem máscaras, fazer higiene das mãos principalmente, evitar aglomerações. Porque realmente existe um vírus e a gente tem que se preocupar”, ressaltou Leila.
O jornalista Pedro Guilherme questionou se é possível que vírus H3N2 Darwin esteja circulando em Balneário Camboriú a secretaria confirmou que sim: “Pode ser, em todo país com certeza, essas pessoas tem que se prevenir como a gente hoje se previne do covid-19.”
A diretora da Vigilância Epidemiológica, Adriana Ribeiro, explicou o que causa esse surto gripal. “A gente vem de dois anos usando máscaras, e agora no final do ano nós estamos tirando a máscara e as pessoas estão passeando mais. Então hoje fica mais fácil a disseminação por conta disso, pois as pessoas estão relaxando nos cuidados. E vem a questão da vacina contra influenza, que está disponível para toda a população, nós não tivemos um quantitativo grande de pessoas que foram vacinadas. Sempre quem tomou com maior quantidade forma os idosos, e eles cumpriram a meta deles de estarem presentes e se vacinando e se imunizando. Essa vacina que temos via Ministério da Saúde é a vacina trivalente, uma das cepas que tem dentro dela é da H3N2, porém é cepa Hong Kong, e não a Darwin. Nós não temos uma vacina, um imunizante que previna dessa nova cepa. Mas é importante a gente falar que se você tomou a vacina, você ativou seu sistema imunológico, então ele está trabalhando pra isso. Caso você tenha contato com um simples resfriado ou uma cepa diferenciada, seu sistema imunológico vai trabalhar a favor de você. Então ele tem uma defesa, não é a mesma, por isso o cuidado e a prevenção.”
Adriana alerta sobre a vacinação para pessoa que contraíram a influenza. “Pessoas sintomáticas não são imunizadas, não fazem nenhuma vacina… A gente precisa que a pessoa passe o período sintático para se vacinar, ou seja se você não tem mais sintomas você pode se vacinar. Mas se você teve sintomas da covid-19 você precisa esperar 30 dias para se vacinar contra a influenza.”
Sobre a H3N2 Darwin
Sintomas: Embora a letalidade seja menor quando comparada aos grupos de risco da covid-19, os sintomas clínicos são piores: febre alta, calafrios, dor de cabeça e mal-estar costumam ser mais intensos. Médicos relatam que pacientes costumam falar que sentem que vão morrer. O vírus causa uma apatia muito grande, a pessoa fica largada, não consegue sair da cama. É diferente da Covid-19, que é um pouco mais lenta no começo, mas não derruba tão rápido quanto a influenza. O vírus se manifesta através dos picos de febre alta. Em crianças, a doença pode evoluir para pneumonia e otite e os idosos apresentam o principal grupo de risco de sintomas graves, especialmente os que têm mais de 70 anos.
Letalidade: O vírus já causou mortes pelo país. Rio de Janeiro confirma cinco mortes por H3N2. Bahia, registra duas mortes. Espírito Santo também contabiliza duas mortes causada pelo vírus. Na segunda-feira, 20.dez.2021, o Paraná confirmou a primeira morte. No domingo, 19.dez.2021, Pernambuco confirmou a primeira morte.
Grupos de risco: Crianças, idosos, gestantes e indivíduos com comorbidades, têm maiores chances de evoluir para casos graves.
Origem do nome: A Organização Mundial da Saúde classifica de acordo com o primeiro lugar que foi identificado o vírus. E é uma cidade da Austrália que se chama Darwin. Por isso, é o H3N2 da variante Darwin.
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