A colunista política Karina Manarin publicou neste domingo (16) um novo desdobramento da crise que envolve a Polícia Militar de Santa Catarina: o comandante-geral da corporação, coronel Aurélio José Pelozato da Rosa, comunicou que deixará o cargo. A informação, segundo Manarin, circula em grupos de oficiais da PM, acompanhada de uma mensagem que teria sido enviada pelo próprio comandante-geral aos colegas.
Conforme o conteúdo da mensagem divulgado pela colunista, a decisão pela substituição de Pelozato foi tomada durante reunião com o governador Jorginho Melo (PL). A troca de comando está prevista para ocorrer na próxima terça-feira (18), salvo alterações de última hora. No comunicado, o coronel não confirma quem será seu sucessor, mas nos bastidores, conforme apurou Manarin, um dos nomes mais cotados é o do coronel Jofrey Santos da Silva, que já vinha sendo apontado como favorito à sucessão.
Mensagem de despedida com críticas e desabafo
Na mensagem atribuída a Aurélio Pelozato, o comandante faz um balanço de seus mais de dois anos à frente da corporação e menciona dificuldades enfrentadas durante sua gestão. O oficial também critica ataques à Polícia Militar e insinua que pressões internas e externas contribuíram para o desgaste de sua posição:
“A PMSC é uma instituição secular que, mesmo com todas as dificuldades impostas por uma cultura e um sistema perverso, mesmo enfrentando interesses dos mais sombrios, escusos e espúrios (…), sobrevivemos, e ano após ano nos reinventamos, cada dia mais fortes.”
Pelozato destaca ainda sua admiração pelo trabalho dos colegas e o orgulho pelo período em que liderou a corporação:
“Estive por mais de dois anos no comando-geral com alguns dos melhores oficiais e praças (…), profissionais dedicados e íntegros, leais e honestos, exemplos de caráter e cidadania a serem seguidos.”
Crise e pressão política levam à troca no comando
A saída de Aurélio Pelozato acontece em meio a uma crise interna da Polícia Militar e a um desgaste político do governo Jorginho Melo, conforme revelado anteriormente pelo jornalista Róbinson Gambôa, do portal Guararema News. Gambôa apurou que o estopim para o atrito foi a recusa de Pelozato em cumprir uma ordem direta do governador para reconduzir o tenente-coronel Rafael Vicente ao comando do 12º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Balneário Camboriú, nomeação defendida por setores conservadores e pela base política bolsonarista.
A insubordinação gerou forte repercussão política e colocou Jorginho Melo sob pressão de aliados. A troca no comando-geral da corporação é vista por analistas como uma tentativa do governador de reafirmar sua autoridade e pacificar a relação com sua base eleitoral.
Sucessão e expectativa pelo novo comandante
Com a saída de Pelozato, a definição do novo comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina é aguardada com expectativa. O nome mais cotado nos bastidores, segundo Karina Manarin, é o do coronel Jofrey Santos da Silva.
No entanto, até o momento, não houve anúncio oficial por parte do governador Jorginho Melo, que mantém silêncio sobre os desdobramentos da crise. Em sua mensagem, Pelozato indicou que, assim que houver a confirmação do novo comandante, os convites para a solenidade de posse serão expedidos.
Cenário de tensão e incerteza
A crise no comando da Polícia Militar ocorre em um momento delicado para a segurança pública catarinense. Balneário Camboriú, centro do impasse político envolvendo a nomeação do comandante do 12º BPM, é uma das cidades mais importantes do estado em termos turísticos e de segurança, exigindo um comando estável e estratégias definidas.
Enquanto isso, o governo Jorginho Melo enfrenta o desafio de acalmar os ânimos dentro da tropa e ao mesmo tempo manter a unidade de sua base política, que observa de perto os desdobramentos da troca no comando da corporação.
Até agora, não há manifestação pública do governador sobre a saída de Pelozato, e o cenário segue marcado por especulações e expectativa pela definição do novo comandante-geral.