A Polícia Civil, por meio da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Balneário Camboriú, prendeu o casal José Augusto Corrêa, 21 anos, e Carolainde de Moraes Alves, 19 anos, na tarde de sexta-feira, 27, em Itajaí. O casal estava sendo investigado pelo envolvimento no desaparecimento de uma adolescente de 15 anos que estava grávida, ocorrido na cidade de Camboriú no dia 7 de julho de 2016.
Com o aprofundamento das primeiras investigações, foi apurado que o desaparecimento tratava-se de um homicídio, arquitetado e realizado pelo casal. Apesar das diversas diligências realizadas até o momento, o corpo da vítima não foi encontrado, em virtude de ter sido ocultado na cidade de Camboriú em uma área de mata logo após sua execução, segundo a conclusão do Inquérito Policial que apura o caso.
As investigações tiveram início no dia 17 de julho do ano passado, quando os familiares comunicaram o desaparecimento da vítima, sendo inicialmente coordenada pelo Delegado de Polícia com atuação na Delegacia de Polícia da Comarca (DPCo) de Camboriú – SC, contudo, em razão da complexidade, no dia 23 de novembro de 2016, o Inquérito Policial foi encaminhado para a DIC para que prosseguisse com as investigações.
Com o aprofundamento das investigações, os veementes indícios demonstravam de forma clara que a vítima havia sido assassinada. As provas constantes dos autos demonstraram que a vítima mantinha um relacionamento amoroso/afetivo com o indiciado José Augusto, e deste relacionamento adveio uma gravidez indesejada por parte deste, pois era casado e mantinha relacionamento extraconjugal, o que, inclusive, gerou ameaças contra a vítima, as quais foram proferidas por Carolaine, companheira de José.
Foi apurado que no dia do desaparecimento, José marcou um encontro com a vítima, fazendo ela acreditar que ele assumiria o relacionamento, bem como a paternidade do filho, além da promessa de que iriam para a cidade de Caçador – SC. Eles se encontraram e a vítima foi levada para área rural do município, onde foi morta e seu cadáver ocultado.
Além das inúmeras diligências e análises realizadas pela Polícia Civil, o Instituto Geral de Perícias (IGP) também contribuiu com as investigações, realizando perícias, especialmente no veículo de propriedade dos indiciados. A agilidade tanto do Ministério Público quanto do Poder Judiciário na decretação das medidas cautelares, também foi preponderante para o esclarecimento do crime. O Conselho Tutelar de Camboriú também se engajou nas buscas para a localização do corpo.
Em razão dos fatos apurados e provas produzidas, o Delegado de Polícia Osnei Valdir de Oliveira, titular da DIC de Balneário Camboriú e que coordenou as investigações, representou pela prisão temporária de José, cumprida no dia 01 de dezembro de 2016, e posteriormente pela prisão de Carolaine, ante a imperiosa necessidade para as investigações, sendo cumprida no dia 19 de dezembro de 2016.
Durante as investigações, José tentou imputar a responsabilidade pelo crime a outra pessoa, criando um ardil na busca de impedir que os fatos fossem investigados e sua participação no crime fosse descoberta. A motivação teria sido a gravidez indesejada, fruto do relacionamento extraconjugal, e ciúmes nutridos por Carolaine.
Mandados de Busca e Apreensão e prisões
Durante as buscas na residência dos indiciados, foi apreendido o veículo utilizado por José para o deslocamento com a vítima até o local onde seu corpo foi ocultado.
Ao ser realizado o interrogatório dos indiciados, estes negaram participação no crime, contudo, as versões por eles apresentadas foram completamente desconstituídas com as provas constantes do Inquérito Policial, e reunido provas tanto do crime, quanto da autoria.
O Inquérito Policial foi concluído e encaminhado ao Poder Judiciário na última quinta-feira, 26/01/2017, tendo o Delegado Osnei de Oliveira representado pela prisão preventiva dos indiciados, e no dia seguinte, 27/01/2017, após manifestação favorável do Ministério Público, a Magistrada decretou a prisão preventiva de José e Carolaine, as quais foram cumpridas no mesmo dia no presídio de Canhanduba e Presídio Feminino, ambos na cidade de Itajaí.
O casal foi indiciado pela prática dos crimes de homicídio doloso qualificado, ocultação de cadáver e aborto, já que ambos tinham conhecimento do estado gestacional da vítima, e objetivavam não só ceifar a sua vida, mas também, impedir o nascimento da criança, já que esta representava um empecilho para ambos, pois era fruto de um relacionamento extraconjugal.
Os indiciados permanecem presos durante o curso do processo, e a Polícia Civil continua com as diligências visando à localização do corpo da vítima, e qualquer informação poderá ser repassada através do disque-denúncia 181.