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Pais de criança levada por motorista Uber registram B.O. por tentativa de sequestro

Ao arrancar carro com criança dentro, motorista acusado de tentativa de sequestro causou transtornos à turistas goianos em Balneário Camboriú

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BALNEÁRIO CAMBORIÚ – A família que passou por momentos de aflição ao ver o filho autista, de três anos, ser levado por um motorista Uber, registrou um boletim de ocorrência por tentativa de sequestro e cárcere privado, logo após o grande susto.

Os turistas goianos, de Anápolis, que estão em Balneário Camboriú desde o dia 11 e devem ficar na cidade até quinta-feira (21), relataram à agente de Polícia Civil que solicitaram um carro pelo aplicativo Uber na Rua 3950, por volta das 11h30min, e colocaram o filho primogênito no banco de trás. Após isso, o motorista teria se virado para trás, fechado a porta do veículo com a criança dentro e dito para chamarem outro motorista, se evadindo em direção à Avenida Atlântica.

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O pai, Tiago Sgai, saiu atrás para tentar alcançar o carro com seu filho à bordo e, em seguida, todos que estavam junto – até mesmo a bisavó da criança – correram atrás do veículo. Um outro automóvel que passava pela Avenida Atlântica deu carona para o pai, ajudando a abordar o Uber a duas quadras do local onde estavam. Outros dois carros ajudaram a fechar o motorista na Avenida Normando Tedesco, momento em que o pai da criança abriu a porta e retirou seu filho.

Ainda segundo o relato, o motorista teria dito que não tinha visto que a criança estava no banco de trás. Devido a confusão, o vidro do carro do motorista por aplicativo foi quebrado e ele evadiu-se do local. Após, pessoas próximas acionaram a Polícia Militar e a Guarda Municipal.

FALTA DE APOIO DO APLICATIVO

O casal Ana Caroline Resplandes Santos Sgai e Tiago de Carvalho Sgai conta que reportaram ao aplicativo sobre a “tentativa de rapto” e não obtiveram nenhuma resposta. Em vez disso, Tiago foi advertido por comportamento agressivo, pelo fato de ter desferido um soco na nuca do motorista ao resgatar seu filho.

PM CHAMOU SUPOSTO SEQUESTRO DE ‘FAKE NEWS’

A Polícia Militar divulgou nota informando que não houve sequestro de criança por motorista de aplicativo, e classificou o fato como “fake news”.

Conforme a nota da PM, houve um desentendimento devido ao excesso de pessoas que iriam entrar no veículo e falta de cadeirinha para transporte de crianças, pois havia uma criança de colo junto.

O motorista de 45 anos acabou recusando a corrida e saiu do local. Alguns metros a frente constatou que uma criança já estava dentro do veículo. Então parou o veículo e aguardou a família buscar a criança.

Após a chegada dos familiares, houve outro desentendimento. Alguns populares acabaram danificando o veículo do motorista que, com medo, saiu do local e ligou para a Polícia. A PM fez contato com o solicitante que informou que houve um engano quanto a informação de sequestro.

No fim da nota, a PM ainda fez um apelo para o não compartilhamento de informações sem a total apuração da veracidade dos fatos, justificando que as chamadas “fake news” podem causar pânico e medo na sociedade de forma desnecessária e que informações falsas reforçam a sensação de insegurança nas pessoas.

FAMÍLIA REFUTA NOTA DA PM

Caroline e Tiago, que vivem da odontologia, após tomarem conhecimento da nota da PM replicada por blogs de notícias, refutaram a narrativa sobre a quantidade de pessoas que embarcariam. Segundo eles, no carro embarcaria apenas o casal, o filho de 3 anos e o bebê de colo. Os demais familiares embarcariam em outro carro, pois o avô do menino havia solicitado outra corrida.

“Jornais locais, políticos e pessoas estão compartilhando que é fake news… Não vamos nos calar! O que aconteceu foi devastador e nós queremos justiça! Não houve briga nenhuma por causa de cadeirinha!”, postaram em uma rede social. “O cara só parou porque algumas pessoas viram, perseguiram ele e conseguiram fechar o carro! Ele não parou em momento algum! Pelo contrário! Correu muito! As pessoas no trânsito que nos ajudaram!”, relatam.

A Polícia Civil está investigando o caso.

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