O Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos, o CyberGAECO, do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e a Polícia Civil, através da Divisão de Investigação Criminal – DIC, de Balneário Camboriú, apresentaram na manhã desta quarta-feira (23), em entrevista coletiva, o resultado da operação “Vapor”.
Foram dez meses de investigação que resultaram em 13 mandados de prisão temporária e 16 mandados de busca e apreensão de uma grande quantidade de mudas e sementes de maconha, além de milhares de cartuchos de THC líquido (tetra-hidrocabinol) e cerca de R$ 100 mil em espécie.
A operação envolveu mais de 80 policiais de Balneário Camboriú, Camboriú, Joinville e Curitiba (PR). De acordo com a investigação da operação “Vapor”, o núcleo criminoso estaria sediado no município de Camboriú e usava supostamente nomes de terceiros, “laranjas”, para cadastrá-los nas redes sociais, sites e aplicativos de mensagens e fazer a venda de entorpecentes. Eram comercializados principalmente cartuchos de THC, que chega a ser dez vezes mais potente do que a maconha.
A partir das investigações foram desenvolvidos os trabalhos para identificar os verdadeiros donos desses sites e redes sociais. “Foi uma operação complexa, com dez meses de investigação. Foi um sucesso, uma parceria muito salutar com a DIC de Balneário Camboriú. Trabalharam em equipe o CyberGAECO complementando as diligências da DIC, que nos subsidiava com informações para que nós as aprofundássemos, principalmente nessa área do meio digital. Isso mostra que, com essa parceria, nós podemos dar uma resposta mais rápida à sociedade”, afirmou o Coordenador Estadual do GAECO, Promotor de Justiça Marcio Cota.
As investigações apontaram também que o grupo estaria utilizando outras plataformas digitais para fazer o controle das entregas, além de usar os Correios para o envio do material comercializado pela internet.
Ficou evidente por meio da investigação que cada vez mais os delitos têm migrado para o ambiente digital, assim como outros crimes, como fraudes e golpes. Só nessa operação foi verificada uma movimentação nos últimos dois anos de mais de R$ 15 milhões.
Ainda de acordo com a operação, o grupo era dividido em núcleos de liderança, cada um encarregado de uma função, o que supostamente caracteriza uma organização criminosa.
Com base em todo esse material apreendido, o Ministério Público de Santa Catarina pretende oferecer a denúncia (ação penal) e requerer a conversão da prisão temporária em preventiva para, assim, o processo seguir com a prisão dos integrantes da organização criminosa e consequente condenação.
A operação “Vapor” contou com o apoio do Centro de Operações Policiais Especiais (COPE/PCPR) na cidade de Curitiba.