Itajaí deveria contar, desde 2012, com um novo Mercado Público Municipal do Peixe. O empreendimento, orçado em mais de R$ 2,5 milhões, era para estar com as portas abertas na Avenida Ministro Victor Konder, a Beira Rio, mas até agora a obra não passou da etapa das fundações.
A construção está parada em função de uma briga judicial e o vereador Thiago Morastoni (PT) apresentou requerimento para saber da Prefeitura o porquê de tanto atraso. Infelizmente, o pedido de informações foi negado pela base governista no Legislativo.
Os recursos para a construção do mercado estão garantidos somente até março do ano que vem e o parlamentar teme que os itajaienses fiquem sem mais esta promessa de campanha do prefeito Jandir Bellini, assim como ocorre com a guarda municipal.
No documento oficial, Thiago Morastoni questiona se a administração pública ainda tem interesse em entregar à população o novo Mercado do Peixe. Também quer saber por que as obras estão paradas, quais valores já foram pagos e qual o novo prazo para conclusão do projeto, se é que ele será finalizado.
“Foi noticiado pela imprensa que mais de meio milhão de reais já foram investidos na obra e que o prefeito não descartava a possibilidade de cancelar tudo. Se não bastasse torrar dinheiro público num chafariz flutuante que nunca funcionou, agora o município quer fazer o mesmo com relação ao Mercado do Peixe? Não se pode admitir o mau uso dos recursos”, ressalta o vereador.
Um dos principais temores do parlamentar é que, em função da demora da Prefeitura de Itajaí na execução da obra, o município perca o dinheiro para a construção do Mercado do Peixe. “São recursos federais, do Ministério da Pesca, que por lei têm prazo para serem usados. O dinheiro seguirá disponível somente até março de 2016 e, do jeito que as coisas andam, é grande o risco dos itajaienses ficarem sem o prometido mercado”, alerta Thiago Morastoni.
O vereador ainda se preocupa como o imbróglio entre Prefeitura e construtora na Justiça. O contrato teria sido rescindido porque os projetos estariam incompletos e a empresa se negado a fazer as mudanças, alegando que não estavam previstas no documento entregue pelo município.
“A empresa que fez a obra do chafariz flutuante alegou que o projeto da Prefeitura estava errado. Agora, a construtora responsável pelo Mercado do Peixe diz praticamente a mesma coisa. Se essas denúncias se confirmarem, serão muito graves. É preciso pessoas qualificadas para lidar com projetos e obras públicas, para que não joguem pelo ralo o dinheiro dos contribuintes”, ressalta o parlamentar.
O novo Mercado do Peixe deveria ficar onde antes estava o prédio da empresa Sul Atlântico, com área de construção de 2.582 metros quadrados, sendo 1.882,77 m² no pavimento térreo e mais 699,33 m² na área superior.
A previsão é que a parte térrea tenha 32 boxes de venda de peixe, 16 salas para comércio diversificado, escritório para a administração, banheiros feminino e masculino adaptados, escadas e elevador. O pavimento superior deverá ter praça de alimentação e dois restaurantes especializados em frutos do mar.
“No papel é tudo muito bonito, mas o problema é conseguirem sair da teoria e cumprirem as promessas na prática. Até agora, o novo Mercado do Peixe segue sendo apenas um terreno baldio. É mais uma vergonha deste governo que leva nosso Porto à falência, retira dinheiro da mobilidade urbana e tem uma série de obras importantes paradas ou atrasadas”, finaliza Thiago Morastoni.