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Vereadora recorre ao Ministério Público para afastar vereadores investigados

A medida é para que a Câmara de Itajaí retome o trabalho emperrado há duas sessões

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(Davi Spuldaro / CVI)
(Davi Spuldaro / CVI)

A vereadora Anna Carolina Martins (PSDB) acaba de protocolar junto ao Ministério Público (MP) de Santa Catarina um pedido para que os agentes políticos investigados nas operações do Gaeco sejam afastados e tenham a função pública de vereador suspensa. O apelo leva em consideração que a permanência de tais parlamentares tem afetado diretamente o andamento dos trabalhos do Legislativo itajaiense e, consequentemente, de todo o município.

“A população está cada vez mais revoltada e a cidade toda não pode pagar esse preço injustificável, ficando refém de meia dúzia de pessoas que se mantém nos cargos utilizando brechas legais”, afirma Anna Carolina.

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No documento protocolado junto ao MP, Anna lembra que ao retornar para o Legislativo depois de terem sido investigados e, em alguns casos, presos, tais agentes políticos podem voltar a se utilizar dos cargos para praticar advocacia administrativa, descartar provas e até mesmo utilizar a estrutura da Câmara de Vereadores para promover a sua defesa.

No pedido Anna também ressalta que a presença em plenário desses políticos tem causado sérios prejuízos a Câmara e, consequentemente, ao município. Isso porque, diante dos protestos da população que está revoltada com a impunidade na esfera política, as sessões legislativas têm sido encerradas sem a votação de projetos e requerimentos. Ainda assim, mesmo com a diminuição dos trabalhos, a atividade parlamentar continua sendo remunerada. “A situação está insustentável, é imoral o que está acontecendo em Itajaí”, critica a parlamentar.

Outro ponto destacado por Anna foi o prejuízo financeiro da própria Câmara, que além de gastar com o pagamento de funcionários para o trabalho que não vem sendo executado, precisou contratar reforço de profissionais para garantir a segurança dos próprios parlamentares, colaboradores e do público presente. “Isso sem contar a polícia, que deixa de proteger a população para reforçar a segurança da Câmara”, lembra, referindo-se ao constante auxílio da polícia militar e de agentes da Codetran, numa época em que é público e notório o número bastante reduzido de efetivo desses profissionais em Itajaí.

A parlamentar lembrou ainda que por força regimental, vereadores recentemente presos como José Alvercino Ferreira (PP) e Nabor Afonso Arruda (PMDB) participam da mais importante comissão da Câmara que é a de Legislação, Justiça e Redação Final. Já Douglas Cristino (PSD) é membro da Comissão de Fiscalização.

Até mesmo a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), aberta para investigar fatos revelados pela primeira operação desencadeada pelo Gaeco, conta com um vereador recentemente indiciado por corrupção: Laudelino Lamim (PMDB), que ironicamente também faz parte da Comissão de Ética da Câmara.

O apelo feito por Anna Carolina junto ao MP tem como base uma decisão judicial em que o magistrado impôs, além de medidas cautelares diversas da prisão, a suspensão do cargo/função pública do vereador proibindo o agente político inclusive de acessar ou frequentar as dependências da Câmara Municipal. “…a imposição de medidas cautelares diversas da prisão não afronta a presunção de inocência, já que não tem por fundamento precoce reconhecimento de culpa, mas previsibilidade de dano que representará a liberdade irrestrita do(s) réu(s)”, afirma o juiz que sentenciou a decisão no município de Presidente Epitácio.

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