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“Fui humilhado e perseguido”: ex-servidor denuncia assédio moral na gestão Juliana Pavan

Kauan Quadros foi nomeado para quatro cargos diferentes em menos de 60 dias e alega ter sido alvo de retaliação política

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O artista de rua Kauan Quadros Serafim, conhecido por interpretar o cover da personagem Dona Hermínia e suplente de vereador pelo PSD, tornou pública uma série de denúncias contra a Prefeitura de Balneário Camboriú após sua exoneração, no dia 25 de março de 2025. Ele havia sido nomeado para quatro cargos diferentes em menos de dois meses de governo e alega ter sido alvo de perseguição política e intimidação por parte da gestão municipal.

Nomeações e exonerções

Kauan teve seu primeiro cargo na administração municipal em 9 de janeiro, quando foi nomeado coordenador de RH da Assistência Social, lotado na Secretaria de Gestão de Pessoas. Desde então, passou por outras três funções:

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  • Coordenador da Casa da Família (Secretaria de Assistência Social, Mulher e Família) – 31/01/2025;
  • Coordenador Administrativo (Fundacão Cultural de Balneário Camboriú) – 01/02/2025;
  • Coordenador de Relações Institucionais, Políticas e Projetos (Secretaria da Pessoa Idosa) – 17/02/2025.

O suplente de vereador afirma que sua passagem pela Prefeitura foi marcada por trocas constantes de funções, alocações indevidas e assédio moral. Segundo ele, sua saída teria sido motivada por razões políticas e não por questões técnicas ou administrativas.

Denúncias de perseguição

Em suas redes sociais, Kauan expôs o que considera um processo de retaliação por parte do governo municipal. Ele afirma que sua primeira exoneração na Secretaria de Assistência Social ocorreu após ele aceitar duas carretas de doações do Rio Grande do Sul para as vítimas das enchentes em Balneário Camboriú. Segundo ele, a ação gerou incômodo dentro da administração municipal, pois teria chamado atenção para seu trabalho na abordagem social.

“Alguém ficou mordido e ordenou minha saída da Abordagem Social porque disseram que eu estava aparecendo demais”, declarou Kauan.

Após sua saída da Assistência Social, Kauan foi transferido para a Fundação Cultural, onde foi nomeado coordenador administrativo. No entanto, ele denuncia que foi relegado à função de porteiro do Teatro Bruno Nitz. “No teatro, fui muito humilhado. Descobri quem estava orquestrando esses ataques a mim”, afirmou.

O ex-servidor também relatou que foi removido dos grupos de WhatsApp da Fundação Cultural antes mesmo de ser oficialmente transferido para a Secretaria da Pessoa Idosa. Segundo ele, o chefe da Casa Civil, Leandro “Índio” da Silva, estava ciente de toda a situação e chegou a afirmar que o realocaria para uma pasta “onde ele não arranjasse problemas com ninguém”.

O episódio na reunião do Conselho de Cultura

A crise entre Kauan e o governo municipal escalou quando ele compareceu a uma reunião do Conselho de Cultura no Teatro Bruno Nitz no dia 12 de março. Durante o evento, ele afirma que foi impedido de se manifestar por Alan Muller, presidente da Fundação Cultural, que teria dito que ele não poderia emitir opinião sobre o governo por ser servidor público, mesmo estando fora do horário de expediente.

Segundo Kauan, a discussão se acirrou quando Alan Muller, de forma debochada, expôs publicamente seu salário diante dos presentes. O então diretor de artes da Fundação, Ed, teria filmado a cena e se retirado do local, o que, para Kauan, indica que a situação foi deliberadamente articulada contra ele. Diante do ocorrido, Kauan registrou um boletim de ocorrência por se sentir intimidado e temer pela sua integridade.

Repreensão por causa de comentário na internet

Antes de sua exoneração, em 22 de fevereiro de 2025, Kauan teve um desentendimento com o chefe da Casa Civil, Leandro “Índio” da Silva. O estopim ocorreu quando Kauan comentou em uma postagem da deputada estadual Ana Campagnolo, onde ela chamava a secretária de Comunicação da Prefeitura, Dagmara Spautz, de “sua jaguarinha”. Kauan achou engraçado e comentou “sua jaguarinha foi ótimo”. O chefe da Casa Civil enviou uma mensagem a Kauan, repreendendo-o:

“Rir de um comentário que ofende uma secretária do governo não é legal. Se alguém do governo fizer isso com você, me chame que vou chamar a atenção. A secretária foi chamada de jaguarinha e você acha ótimo… convenhamos.”

Kauan afirmou que excluiu o comentário por medo de represálias e que, naquele momento, percebeu que estava sendo vigiado.

Posicionamento da prefeita

A Prefeitura de Balneário Camboriú ainda não se manifestou oficialmente sobre as denúncias. No entanto, em mensagens trocadas com Kauan, a prefeita Juliana Pavan teria afirmado que ele não se adaptou às três secretarias e negou qualquer tipo de perseguição.

O futuro político de Kauan

Após sua exoneração, Kauan afirma que pretende seguir atuando como artista de rua e suplente de vereador, prometendo continuar denunciando aquilo que considera injustiça dentro da administração municipal.

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