Chuva, frio,aliados a uma bela paisagem e sensação de desafio alcançado. Depois de quase dois meses na estada, pai e filho que saíram de Itajaí de bicicleta em fevereiro, finalmente chegaram a Ushuaia, no extremo sul da Argentina, na região da Terra do Fogo. Pietro de 21 anos e Marlon de 49, começaram a planejar a viagem há seis meses atrás, quando o jovem convidou o pai para a aventura. Os dois deixaram o emprego no Brasil para desafiar as estradas até o fim do mundo. Chegaram a rifar um carro para financiar o desafio e conseguiram finalmente chegar ao destino.
O trajeto não foi fácil. Os dois saíram do bairro Fazenda em Itajaí na madrugada quente do dia 22 de fevereiro, pegaram a BR 101 em direção ao Sul. Depois de paradas no litoral catarinense, encontrando outros aventureiros pela estrada, fizeram uma rápida parada em Porto Alegre para ver familiares e seguiram rumo ao destino traçado.
Pelo caminho, dificuldades, muita perseverança, bicicletas quebradas e o apoio e o carinho dos hermanos uruguaios, argentinos e chilenos. Os dois saíram do Brasil pelo Chui, entraram no Uruguai e depois Argentina, ganhando a região da Patagônia até chegar à Terra do Fogo no Chile e na “Ruta Del Fim del Mundo”, terminando um roteiro e um desafio que que envolveu acima de tudo a afinidade entre pai e filho.
INCENTIVO A PEDALAR E DAR ADEUS AO SEDENTARISMO
Uma das principais propostas da aventura entre pai e filho e incentivar o uso da bicicleta como transporte do dia a dia e mostrar como é possível combater o sedentarismo que já virou epidemia e que afeta pelo menos 60% dos brasileiros de acordo com pesquisa do Ministério do esporte.
Quando se mudou do Rio Grande do Sul para Itajaí, Marlon resolveu mudar também de vida. Vendeu o carro e passou a ter a bicicleta como único veículo para ir ao trabalho o passear. Fumante há 35 anos, parou de fumar faz um ano e adquiriu hábitos saudáveis que o fizeram a perde peso e a conquistar a boa forma. “Pensei, ou eu mudo agora ou eu vou ser um sedentário, com pouco tempo de vida, fumando horrores. O Pietro também era fumante. Eu não poderia dizer para ele parar porque eu era o exemplo. Ai, resolvi parar de fumar primeiro e um amigo me reapresentou a bicicleta. Isso foi um veículo que na minha infância aumentou as dimensões da minha liberdade. Às vezes xingava às pessoas que eu nem conheço, me julgava mais motorista do que todo mundo e com a bicicleta isso acabou.” completa Marlon.
Realmente ser livre, não ter preocupação com emprego, com horário, com trabalho, só pedalar. Ir pedalar e chegar a algum lugar. A frase que o pai colocou para o projeto é: pedalar é possível” garante o jovem que chegou ao “fim do mundo” numa companhia para lá de especial, o pai.