Ela já faz parte da vida dos itajaienses, seja na economia ou no cardápio de cada família. Até nas escolas, as sardinhas estão presentes. Mas é na Marejada que a Sardinha na Brasa ganha destaque, pois tem um espaço só para ela, que por sinal, é um dos mais movimentados da festa. Por mais simples que seja, a sardinha é um prato tradicional que atrai moradores e visitantes de muito longe. O responsável pelo preparo no evento há 24 anos é o corretor de imóveis e funcionário público Heriberto Cadore. “Lembro que nos primeiros dois anos, nós fizemos uma churrasqueira de tijolos no meio da festa e começamos a assar os peixes. Hoje temos um espaço agradável, com música, conforto aos visitantes e uma churrasqueira grande para dar conta de tantos pedidos”, comenta.
No ano passado foram vendidos 1,4 mil quilos de sardinha e este ano a expectativa é ainda maior já que a 25ª Marejada tornou-se uma festa voltada para a família e está focada na gastronomia. “Em um único dia, este ano, nós vendemos 884 porções de sardinha na brasa, foi no feriado do dia 12 de Outubro, mas todos os dias a procura é grande, no sábado vendemos mais cerca de 500 porções e domingo umas 450”.
O segredo do preparo da sardinha
O peixe chega congelado nas mãos da equipe que prepara. As sardinhas, limpas, sem cabeça e sem as vísceras, vêm embaladas em caixas de 15 quilos cada e são temperadas conforme a demanda de consumo. O tempero é à base de óleo, sal grosso e pimenta moída. A sardinha é colocada em uma bacia com essa mistura ainda congelada e depois levada para a churrasqueira bem quente. “A equipe da vigilância sanitária que vistoria nossa churrasqueira todos os dias mede a temperatura dos alimentos e na churrasqueira o calor chega a 680 graus. Tem que ser bem quente pra ficar saboroso e não demorar. O tempo médio é de 15 minutos para assar”, explica Cadore.
Cada porção vem com cinco sardinhas assadas, farinha e limão e custa R$ 6. Um pouco diferente da sardinha servida em Portugal. Lá o peixe é assado inteiro, inclusive com a cabeça e servido com pão. “Outro dia, um português veio comer nossa sardinha e achou estranho porque a porção não tinha pão. Mas, fizemos algumas adaptações aos nossos costumes, aqui as pessoas não gostam do peixe com cabeça por isso tiramos, e quanto ao pão, imagine se tivermos que trazer 500 pães para acompanhar as porções? Ficaria complicado”, brinca.
Além de super barato, tem propriedades nutritivas únicas
Em Itajaí, pólo pesqueiro que responde por 80% de toda a produção de pescado do Brasil, a sardinha está na merenda escolar e fez mudar a qualidade de vida dos alunos, de acordo com a nutricionista da Vigilância Sanitária do município, Elinia da Silva Mateus. “Os peixes são importantes fontes de cálcio, ferro e vitaminas do complexo B, principalmente a vitamina B12, que é essencial ao perfeito funcionamento do sistema nervoso e de todas as células em geral. Alguns, como a sardinha possuem alto teor de ômega-3, que é um tipo de gordura benéfica ao organismo, pois possui ação antiinflamatória, reduz os níveis de colesterol e de triglicerídeos, fortalece o sistema imunológico e previne doenças cardiovasculares”, explica.
O legitimo fado Português sobe ao palco da 25ª Marejada
“Vira de um lado para o outro é muita animação.
É festa luso brasileira, é festa da nação”
Este é um trecho do hino dos 25 anos da Marejada feito pelo músico Português Sebastião Manuel para presentear a festa que resgata a cultura portuguesa. Com residências em Paris, Lisboa e São Paulo, Manuel se sente em casa quando vem a Itajaí. Há nove anos, o músico é presença garantida na Marejada e, há dois, sobe ao palco acompanhado da cantora Ciça Marinho. A paulista, filha de portugueses ela já se apresentou duas vezes em casas de show de Portugal e encanta o público interpretando canções portuguesas por todo o Brasil. “O mais bonito da Marejada é essa força de continuar mantendo vivas as raízes portuguesas”, comenta a cantora.
A dupla foi a principal atração da noite desta segunda-feira (17/10) no Palco Vila dos Sabores, na Marejada e fez o público vibrar com a apresentação que era pura animação. Sebastião com sotaque arrastado de um típico português contou sobre a emoção da primeira Marejada e falou sobre sua relação com a Maior Festa Portuguesa e do Pescado do Brasil, mas que para ele é do “Mundo”.
Como foi a sua primeira apresentação na Marejada?
Sebastião – Eu fiquei emocionado. Fiquei realmente impressionado com aquela festa linda. Aqueles barquinhos, aquelas cores, tudo era muito tradicional. E modéstia parte, eu percebo que falando em cultura, a festa mudou um pouco depois que eu comecei a me apresentar na Marejada. Um músico português faz com que a tradição se mantenha ainda mais viva.
Com o tempo a festa foi mudando e qual foi sua impressão quando chegou aqui este ano?
Sebastião – As mudanças acontecem. Em toda cidade há mudanças. Hoje mesmo quando eu cheguei circulei por tudo e vi muitas mudanças, nas ruas, nas lojas e aqui também. Essa estrutura é uma necessidade do município, mas eu sinto falta dos barquinhos. Só que este ano, o que eu vi e me deixou muito feliz é que estão trazendo as raízes de volta.
Qual sua mensagem ao itajaienses?
Sebastião – Não deixem acabar com a Marejada. Eu gostaria de vir bem velhinho tocar aqui em Itajaí e disposto a qualquer sacrifício para isso.
PROGRAMAÇÃO DE TERÇA-FEIRA
Palco Vila dos Sabores
Terça – feira – 18 de outubro
19h – Banda Marejada
20h15 – Grupo Folclórico Fios de Prata
21h45 – Célia Pedro
Palco Casa do Bacalhau
Terça – feira – 18 de outubro
19h – Sebastião Manuel & Ciça Marinho
Palco Vila Musical da Beira
Terça – feira – 18 de outubro
20h – Exodub
Palco Sardinha na Brasa
Terça – feira – 18 de outubro
20h30 – Marcos Fisher & Bruce Marques
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