Na última sexta-feira, saiu o resultado de duas pesquisas eleitorais em Santa Catarina. E o que chamou a atenção é que as pesquisas são muito destoantes, com resultados bastante divergentes entre elas, colocando em cheque a metodologia, eficiência ou, inclusive, a idoneidade dos institutos de pesquisas. Considerando a margem de erro, o abismo entre uma e outra se torna muito maior.
As pesquisas apenas revelam que está tudo indefinido em Santa Catarina, e que nenhum candidato pode sair cantando vitória antes da hora. Com as possibilidades da margem de erro, no levantamento do Instituto MAPA por exemplo, onde aponta um triplo empate técnico, qualquer dos três melhores colocados poderia estar à frente, não sendo necessariamente Mauro Mariani (MDB).
A vantagem de Décio Lima, do Partido dos Trabalhadores (PT), se dá porque ele é o mais conhecido de todos os candidatos. Mas muitas pessoas não conseguem entender como o candidato de um partido tão desgastado no cenário nacional, e relativamente fraco no contexto estadual, pode liderar a pesquisa IBOPE. O que não se pode deixar de se observar, é que Décio possui a maior rejeição de todas, com 21% na pesquisa Ibope e 33% na pesquisa Mapa.
Falando em rejeição, o candidato que tem a menor rejeição de todas é Comandante Moisés, do PSL, partido de Jair Bolsonaro, presidenciável que possui 30% das intenções de voto dos catarinenses, segundo o MAPA. Se pensar que parte dos eleitores do capitão do exército podem acabar votando no comandante dos Bombeiros para governador, então ele pode, e certamente vai, crescer muito ainda até o dia 7 de outubro, e ter uma posição de destaque. As pesquisas, por enquanto, colocam ele atrás de candidatos de outros partidos nanicos.
Merisio não deve ser subestimado, mas ainda tem seu nome pouco conhecido em algumas regiões do estado. Entretanto, os candidatos a senadores de sua coligação, Raimundo Colombo e Esperidião Amin, são os nomes mais conhecidos do eleitorado catarinense, fazendo com que ambos ocupem as primeiras posições das pesquisas para o senado. Essa é uma das razões pela qual Merisio pode chegar ao segundo turno. Aliás, ele que tem toda uma estrutura partidária gigantesca, ter apenas 6% na pesquisa IBOPE, e estar tecnicamente empatado com o desconhecido candidato do insignificante PCO, não é no mínimo de se estranhar?
Analisando todos esses fatores mencionados, levando em conta também que um quarto do eleitorado ainda não sabe em quem votar, a previsão é de que o resultado das urnas seja completamente diferente do que as pesquisas demonstram até então. Se eu posso arriscar um palpite, eu diria que o segundo turno será entre Mariani e Merisio, enquanto Décio Lima e Comandante Moisés acabarão tendo uma diferença relativamente pequena entre eles.